Há muito tempo existe a discussão sobre o aborto, se deve ou não ser legalizado no Brasil e, na semana passada, estava refletindo sobre o tema e independente do seu posicionamento, pró ou contra, te proponho uma reflexão.
Esse texto definitivamente não é um protesto pró aborto, mas uma proposta de ponderação sobre as responsabilidades dessa escolha.
Falarei sobre um ponto específico, por isso, focos de debate serão ignorados propositalmente pra melhor direcionamento do tema.
Durante debate interno, analisando argumentações contra o aborto, me atentei para um que aparece frequentemente:
“Se não quer, entrega para a doação.”
Pare agora e pense sobre quantas vezes você ouviu sobre isso, eu já escutei inúmeras, mas o que me surpreendeu foi me dar conta que apesar da frequência dessa frase, mas a completa ausência de outro:
“Se não quiser, entrega para o pai.”
Isso me assustou profundamente por mais uma vez responsabilizar e culpar exclusivamente a mulher no processo da escolha, gestação e criação.
É primordial começar a chamar os homens para seu real papel dentro desse debate e na paternidade. Não podemos mais aceitar que os filhos sejam apenas das mães.
E que se os homens se consideram no direito de opinar sobre a obrigatoriedade de prosseguir com a gestação, que antes assumam seus deveres.
BRUNA LIMA
Psicóloga e Sexóloga
