Com a quarentena, a rotina de grande parte da população foi alterada e todos precisaram se adaptar, mas não significa que as coisas ficaram mais fáceis.
Durante o período de isolamento social, as incertezas quanto ao futuro financeiro e profissional, medo da doença, perda de pessoas próximas, tédio, frustração e informações imprecisas e/ou falsas, fizeram com que questões emocionais ganhassem maior atenção.
Percebeu-se, por exemplo, que as compulsões podem ser desenvolvidas ou agravadas como forma de lidar com esse momento.
Mas, calma! É preciso compreender a diferença entre um hábito e um comportamento compulsivo.
Um hábito é algo que você faz com certa freqüência, como escovar os cabelos antes de sair de casa, organizar a casa para receber visitas ou tomar um cafezinho após o almoço. O hábito pode ser deixado de lado algumas vezes ou ter sua ordem invertida com tranqüilidade. Se um hábito não causa algum tipo de estranhamento ou sofrimento, não há motivo para mudá-lo.
A compulsão é um comportamento repetitivo e automático no qual o indivíduo não consegue frear o impulso e sofre por não conseguir ser livrar desse compromisso. O comportamento compulsivo é rígido, deve ser realizado sempre da mesma forma e está vinculado a uma sensação de obrigatoriedade e ansiedade.
Alguns sinais podem indicar a presença de uma desordem compulsiva:
– Ficar mentalmente “preso” em certas imagens ou pensamentos que não vão embora;
– Repetidamente lavar as mãos ou tomar banho;
– Executar tarefas por número específico de vezes;
-Recolher e/ou acumular coisas sem valor;
-Comer e comprar de forma descontrolada, entre outros.
É preciso evidenciar a compulsão pela tecnologia. Os celulares ganham grande destaque, sendo verificados e manipulados exageradamente.
Esta dependência pode atingir níveis tão sérios que o compulsivo chega a sacrificar horas de sono, comprometer relações afetivas e sociais por não conseguir controlar o uso.
A Psicanálise age de forma a identificar a função (origem) das compulsões, procurando identificar significante e significado dentro da história de quem sofre. Ao compreender a natureza desses estressores, os sintomas são manejados de forma mais eficaz, por meio da aplicação de técnicas, da fala livre e da elaboração de novas possibilidades de vida para além dos rituais.
Se você percebe que alguma atitude sua, ou de alguém próximo, tem fugido do controle e vem causando sofrimento, busque por um(a) profissional capacitado(a).
Aline Michelle Santos
Psicanalista Clínica
31-99576-1691