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COLUNA COM HORA MARCADA: DEPRESSÃO PÓS PARTO

Por Dentro De Tudo:

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A depressão pós-parto pode ser equiparada com um abismo emocional capaz de destruir a mãe e sua relação com o bebê. Infelizmente, vários casos não recebem a devida atenção e a mulher sofre imensamente com as consequências.

Neste cenário a nova mamãe tem problemas em compreender e assimilar suas emoções em relação ao bebê e a si mesma. A combinação de diversos fatores emocionais e físicos provocam sentimentos contraditórios e intensos que afetam sua capacidade como cuidadora.

Estima-se que 70% a 80% das mães possam ser afetadas e apresentarem sintomas como ansiedade, tristeza e exaustão. Segundo pesquisas realizadas pela Fiocruz, 1 a cada 4 mulheres no Brasil sofrem com este transtorno, que pode durar bastante tempo após o parto.

As causas da depressão pós-parto são resultado da combinação de questões físicas e emocionais e dentre os fatores mais comuns estão:

  • Mudanças físicas e hormonais: Hormônios femininos como a progesterona e estrogênio diminuem drasticamente depois do parto e a redução de outros hormônios influencia na depressão, cansaço e lentidão.
  • Questões emocionais: Nos primeiros dias após o parto a rotina da mãe e demais cuidadores, se altera completamente, o que afeta diretamente seu lado emocional. Além da privação de sono, surgem questionamentos quanto a capacidade de cuidar de alguém tão indefeso e relacionados a autoestima.

Os sintomas de depressão pós-parto afetam diretamente a capacidade da nova mãe em conciliar os cuidados maternos com outros afazeres. Logo nas primeiras semanas e até um ano após o parto, é comum que surjam sintomas como:

  • humor depressivo;
  • mudanças bruscas de humor;
  • dificuldade em se conectar com o bebê;
  • diminuição do interesse em atividades que antes eram prazerosas;
  • irritabilidade e choro constante;
  • perda brusca de energia, excesso ou ausência de sono;
  • distanciamento da família e amigos;
  • crises de ansiedade e/ou ataques de pânico;
  • vergonha ou culpa;
  • falta de concentração e alterações de apetite;
  • pensamentos suicidas ou homicidas.

Além da depressão, existem outras alterações que podem surgir logo após o nascimento da criança:

  • Baby blues ou tristeza materna: Condição que provoca mudanças de humor, ansiedade, choro frequente e problemas para dormir. Surge logo após o parto, podendo durar até duas semanas. É o período de reajuste que o corpo e a mente da mãe precisam para que ela se acostume com a existência da criança fora da barriga. Demanda cuidados por parte de todas as pessoas próximas a mulher, pois existe grande possibilidade de que este quadro evolua para depressão;
  • A psicose pós-parto: Condição rara que pode ser desencadeada na primeira semana pós-parto. Os sintomas desse problema costumam ser ainda mais graves do que a depressão pós-parto e podem ir de confusão e desorientação, alucinações e delírios até tentativas de prejudicar o bebê ou a si mesma. Por se tratar de uma ameaça a vida de mãe e criança, a psicose precisa ser tratada assim que percebida.

É importante salientar que tanto a mãe, quanto demais cuidadores, podem compartilhar os mesmos sinais depressivos, o que pode vir a afetar a convivência emocional da família como um todo, gerando desgaste. Parte superior do formulário

O tratamento de depressão pós-parto consiste em duas frentes específicas de ajuda:  

  • Medicamentos: Por meio de acompanhamento médico e prescrição de antidepressivos, as pessoas acometidas pela depressão pós-parto podem lidar melhor com o transtorno. Lembrando que cada caso é único e os resultados do tratamento variam de pessoa para pessoa.
  • Acompanhamento da saúde mental: Receber ajuda de um profissional ligado à saúde mental ao longo da gravidez e logo após o parto, poderá fazer toda a diferença para a mãe e demais cuidadores. O suporte adquirido ajuda no fortalecimento emocional. A Psicanálise, por exemplo, contribui com a ressignificação da maternidade, sendo é possível o desenvolvimento de uma relação saudável com o bebê.

A situação pode ficar ainda mais séria caso a mãe não possua uma estrutura emocional tão fortalecida ou suporte de pessoas queridas.

Assim que os tratamentos forem iniciados é de extrema importância que as recomendações médicas e terapêuticas sejam seguidas à risca.

Caso você se identifique com as questões relatadas acima, ou conheça alguém que possa estar enfrentando esta situação, procure por um atendimento médico e psicológico.

Aline Michelle Santos
Psicanalísta Clínica
31-99576-1691

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