VIM TE CONTAR O QUE NINGUÉM TE CONTOU SOBRE A DEPRESSÃO FUNCIONAL!
Você imagina que todas as pessoas com transtornos depressivos não saem de casa, ficam no quarto escuro, não dão gargalhadas, não se divertem, não trabalham, não viajam? Aí que está o engano… Existem pessoas que acordam cedo, tomam banho, vão ao trabalho, entregam tudo no prazo, sorriem nas conversas, mostram-se alegres, postam nas redes sociais e, aos olhos do mundo, está “tudo bem” e “feliz, mas por dentro a luz está apagada. Há um cansaço persistente, uma falta de sentido, uma vontade constante de sumir, a vida está sem cor e sem brilho e muitas vezes já não sentem mais nada. Essa é a realidade silenciosa de quem vive com a Depressão Funcional.
Enquanto a depressão tradicional é muitas vezes associada à dificuldade de sair da cama, choro frequente ou isolamento extremo, a depressão funcional se esconde sob uma vida aparentemente normal. A pessoa funciona, mas sofre, e muito, trabalha, cuida dos filhos, interage socialmente, mas por dentro, está em ruínas.
Estes são alguns sinais que você pode estar ignorando:
•Sensação constante de esgotamento, mesmo sem motivo claro;
•Falta de prazer em atividades antes agradáveis;
•Automedicação (cafeína em excesso, álcool, ansiolíticos) para “dar conta”;
•Irritabilidade disfarçada de cansaço;
•Crises emocionais em silêncio, quando ninguém vê;
•Um sentimento profundo de desconexão ou apatia.
Esse tipo de depressão é traiçoeiro porque não “parece grave”, em alguns momentos,nem para a própria pessoa, nem para os que estão à sua volta. Por isso, passa despercebida, não é tratada, e vai se agravando até se tornar insustentável.
Vivemos em uma cultura que valoriza a performance acima do bem-estar. “Ela está sempre produzindo”, “Ele nunca reclama”, “Ela é forte”, e essas são frases que muitas vezes escondem o sofrimento invisível. O indivíduo com depressão funcional não se permite parar, por medo de julgamento, de perder o emprego, ou por não se sentir “doente o suficiente”, mas é justamente essa negação que faz com que o problema se prolongue, às vezes por anos, e se torna crônico.
Reconhecer os sinais é o primeiro passo. A depressão funcional é um quadro clínico sério e merece atenção e tratamento como qualquer outra forma de sofrimento psíquico.Buscar ajuda profissional não é sinal de fraqueza, é um ato de autocuidado e coragem. Psicoterapia, avaliação profissional e, em alguns casos, acompanhamento psiquiátrico para um tratamento medicamentoso podem ser fundamentais para sair desse ciclo.
Além disso, é ideal romper com a ideia de que “se está produzindo, está tudo bem”, ocorpo e a mente sempre dão sinais e ignorá-los pode custar caro.
A depressão funcional é como um incêndio por trás da fachada, a casa parece intacta por fora, mas está pegando fogo por dentro. Se você se reconhece nesse texto ou conhece alguém que está assim, saiba que há saída, e você não precisa continuar lutando em silêncio, sem ajuda. Conte comigo!
Coluna da Psicóloga Isis Costa