O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH) alerta para a possibilidade de uma escassez hídrica, que pode causar insegurança no fornecimento de água para Belo Horizonte e região metropolitana (RMBH).
O objetivo da entidade é orientar e alertar os órgãos competentes no âmbito estadual e as prefeituras municipais inseridas na bacia sobre a possibilidade de um período de escassez.
Para tentar pensar uma solução para o problema, o comitê reúne também a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), além de Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e das mineradoras Vale e Anglogold Ashanti.
O estado de alerta é considerado quando a média das vazões de sete dias está inferior a 10,48 m³/s, índice chamado de Q7,10. Na última quarta-feira (17), a média era de 9,7 m³/s em Nova Lima – Alto Velhas – local onde a Copasa capta água para abastecimento de metade da região metropolitana.
O rio é “vivo” e depende de todo um sistema
De acordo com o secretário do CBH Rio das Velhas Marcus Vinícius Polignano, a preocupação com o leito d’água deve ser constante. “Ele é o responsável por mais 60% do abastecimento de BH e quase 50% da região metropolitana. Então, ele é muito significativo e importante para manter a disponibilidade hídrica da região”, explica.
Ainda segundo Polignano, em uma vazão de 10m³/s, a Copasa retira 6m³/s para uso. A longo prazo com o período de estiagem, a atenção deverá ser redobrada para a vazão não chegar em limites críticos.
Para manter o rio “vivo”, o secretário explica quais as medidas urgentes. “É necessário ter a produção de água constante, que seriam áreas verdes, topos de morros preservados, as serras como Rola Moça e Curral bem cuidadas, porque eles são captadores de água que serão gradativamente distribuídos”, esclarece.
Leia mais: Comitê discute futuro e destino do Rio das Velhas
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Belo Horizonte e outras partes do estado só terão chuvas em setembro. Diante desse cenário, o comitê alerta que não há possibilidade de contar apenas com a temporada mais úmida no estado. “São no máximo dois meses chuvosos no ano, e nós precisamos de água por 12 meses. O que mantém a água no rio é a infiltração do solo, por isso a preservação é tão importante”, disse Polignano.
Outra consideração do secretário é o fato da população está aumentando, e o sistema, principalmente na Bacia do Rio das Velhas ser limitado, com capacidade de produção já bem definida.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Jociane Morais