Aprender algo novo não é apenas uma habilidade das crianças. Mesmo com o avanço da idade, adultos continuam capazes de desenvolver competências e reprogramar o cérebro — graças à neuroplasticidade. A conclusão aparece em pesquisas citadas pelo escritor Tom Vanderbilt, que decidiu passar um ano aprendendo novas habilidades para entender como funciona o processo.
A experiência começou quando ele percebeu que incentivava a filha a aprender música, esportes e artes, mas não fazia o mesmo por si. Então, decidiu se tornar “principiante” novamente: fez aulas de xadrez, desenho, canto, malabarismo e até surf.
Segundo Vanderbilt, adultos aprendem melhor quando:
- praticam deliberadamente, analisando erros e acertos;
- variaram o treinamento, o que ajuda o cérebro a criar padrões mais flexíveis;
- ensinam o que aprenderam, fortalecendo a memória;
- observam o progresso de outros iniciantes, o que torna mais fácil identificar estratégias e falhas.
Pesquisas citadas por ele mostram que idosos entre 58 e 86 anos, ao aprenderem várias habilidades — como música, idiomas e pintura — apresentaram melhora cognitiva equivalente à de pessoas 30 anos mais jovens.
Mais do que dominar uma técnica, Vanderbilt destaca que o maior benefício está no processo: desafiar-se, errar, tentar de novo, abrir mão das certezas e resgatar a curiosidade infantil. Essa “mentalidade de principiante”, afirma, deixa o cérebro mais ágil, criativo e preparado para um mundo em constante mudança.
Créditos
Matéria: BBC News Brasil
Fotos: Getty Images / BBC / Tom Vanderbilt















