Telas e cafeína prejudicam o sono e impactam humor, atenção e desempenho
Dormir bem é essencial para a saúde física, emocional e mental, mas muitas pessoas não percebem que hábitos aparentemente inofensivos ao longo do dia estão diretamente ligados à má qualidade do sono. Especialistas alertam que o uso excessivo de telas à noite e o consumo de cafeína no fim da tarde podem atrasar o início do sono, fragmentar o descanso e impactar negativamente o dia seguinte.
A chamada “higiene do sono” é um conjunto de práticas adotadas para preparar o corpo e a mente para o descanso. Isso inclui reduzir a exposição à luz artificial ao entardecer, evitar barulhos e manter uma rotina consistente. Segundo especialistas, um dos maiores vilões do sono é a exposição prolongada a telas de celulares, televisões e computadores. A luz emitida por esses dispositivos interfere na produção de melatonina, o hormônio que sinaliza ao corpo que é hora de dormir. Mesmo quando a pessoa adormece com a TV ligada, por exemplo, o cérebro não entra nas fases profundas do sono de forma adequada.
Além disso, o consumo de cafeína — presente em café, refrigerantes, chás escuros e até achocolatados — também compromete o descanso, mesmo em pessoas que acreditam dormir normalmente. Isso porque a substância pode dificultar a chegada ao sono profundo e provocar despertares ao longo da noite.
O corpo segue um ritmo natural de 24 horas conhecido como ciclo circadiano, que regula atividades como o sono e a vigília. A produção hormonal é parte desse processo: o cortisol nos mantém alertas durante o dia e a melatonina induz ao repouso à noite. Quando esse equilíbrio é desrespeitado — seja por excesso de estímulo, luz ou desorganização de horários — o sono se torna raso e fragmentado.
O cansaço acumulado ao longo do dia, conhecido como fator homeostático, também é essencial. Quanto mais ativos física e mentalmente estivermos, mais o organismo entende que é hora de repousar. Mas esse processo natural pode ser sabotado por cochilos longos durante o dia, sedentarismo ou falta de rotina.
Hábitos como manter horários regulares, evitar refeições pesadas à noite, reduzir o consumo de álcool e não realizar exercícios físicos em horários muito próximos do momento de dormir ajudam na construção de um sono mais saudável. Dormir em ambientes frescos e silenciosos também é recomendado.
Outro ponto destacado por especialistas é o comportamento noturno. Muitos adultos só conseguem dormir com a TV ligada, enquanto crianças precisam de barulho, mamadeiras ou presença constante dos pais. Esses condicionamentos dificultam o relaxamento verdadeiro e, com o tempo, contribuem para distúrbios do sono.
O estresse crônico, o uso inadequado de medicamentos e até a presença de parceiros que roncam são fatores que podem prejudicar ainda mais o descanso. Em casos persistentes, o ideal é procurar um especialista em sono para diagnóstico e orientação adequados.
O impacto do sono de má qualidade se estende à infância. Especialistas têm observado um número crescente de crianças com hábitos inadequados, como maratonas de séries ou uso de dispositivos antes de dormir. Isso interfere diretamente no desenvolvimento cognitivo e emocional delas.
A quantidade ideal de sono varia conforme a idade. Recém-nascidos precisam de até 17 horas, enquanto adultos devem dormir entre 7 e 9 horas por noite. Idosos, por sua vez, podem manter uma média de 7 a 8 horas.
Dormir mal, além de comprometer o rendimento no trabalho ou nos estudos, pode aumentar a irritabilidade, a insegurança emocional e até mesmo os sentimentos de ciúme, segundo pesquisas recentes. Manter uma boa higiene do sono é, portanto, mais do que um hábito: é uma necessidade de saúde.
Fonte: g1 / Foto: Adobe Stock
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