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Como saber se uma doação é séria ? Entenda como ONGs provam seus gastos

Por Dentro De Tudo:

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Época de frio traz à tona o sentimento de humanidade, e o cidadão logo sente o dever de ajudar quem precisa de recursos, mas não tem como conseguir. Porém, com tantas ações para ajudar pessoas que precisam de doações de agasalhos e cobertores, como saber que uma ação, de fato, é séria? Quais as dicas para doar a quem, de fato, precisa, ou a uma instituição que realmente vai entregar os donativos, principalmente quando envolve dinheiro? A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com algumas instituições, para entender como elas conseguem a confiança dos doadores. 

Compromisso com quem doa

Vitor Alexandre Pereira, fundador da ONG “Amigos de Rua”, tem um protocolo de prestação de contas com os doadores em que organiza todos os dados – produtos doados, dinheiro, transferências, pix etc. – em uma planilha. Assim que realiza as compras ou entrega os recursos doados a quem precisa, anexa nessa mesma planilha fotos da entrega (quando autorizadas) e a nota fiscal das compras. Tudo isso é de livre acesso aos doadores. Para fazer as doações, é preciso entrar em contato pelo telefone (31) 8773-9284. 

“Nós ajudamos com cesta básica, roupas, agasalhos, cobertores. Eu prezo muito pela prestação de contas, de onde está vindo e para onde está indo o dinheiro. Pelo whatsapp, todo mundo que doa recebe o link e pode acompanhar o que está sendo feito. Lá também eu fiz uma pasta, que contém fotos das doações”, explica. 

Ele ressalta que o material doado fica em seu carro, no porta-malas ou no banco traseiro. Enquanto percorre as ruas, ao presenciar alguém que precisa de ajuda, aborda, e oferece apoio com os itens que coletou anteriormente. “Eu encontro alguém, já paro e entrego. Tenho uma conversa breve, vejo se a pessoa precisa de alguma coisa, e se eu tiver, já ajudo. É um trabalho pequeno, mas estamos ajudando de qualquer forma”, contou. 

Além disso, ele conta que auxilia outra ONG, que segue o mesmo procedimento de transparência, a “Amigos de Minas”, um projeto que constrói casas no Norte de Minas, para pessoas carentes. 

Outra ONG que preza pelo compromisso é a Arquidiocese de Belo Horizonte, que está recebendo doações na Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida. A coordenadora de projetos, Eliene Gonçalves, explicou que “nós recebemos muito material, e quem chega para realizar a doação, vê ao mesmo tempo a gente entregando aos moradores de rua. Fica uma fila enorme na porta todos os dias”. Ela ressaltou que, por dia, mais de 100 pessoas buscam doações na sede. 

Quando alguém resolve fazer uma transferência ou entregar dinheiro, é gerado um recibo com o CNPJ da Arquidiocese, promovendo transparência e para registro dos próprios doadores para o Imposto de Renda. A Acolhida Solidária também trabalha com uma planilha de atendimento, com registro do que cada pessoa levou e a quantidade. “É um arquivo interno, mas caso haja algum tipo de auditoria ou necessidade, temos todos esses dados registrados. Além disso, nós somos credenciados no Conselho Municipal de Assistência Social, então temos de prestar contas mensalmente sobre o serviço prestado”, explica a coordenadora. Demais dúvidas e informações podem ser consultadas pelo telefone: (31) 3422-7141.

“Caí no golpe, e agora ?”

De acordo com o advogado civil Diego Magalhães, golpes cresceram bastante com a pandemia. “Tenho visto muitos casos desses nos últimos tempos. Como advogado, posso dizer que a pessoa que se sentir lesada, poderá ir até a delegacia fazer um boletim de ocorrência por estelionato”, explica. 

Ele explica que, mesmo registrando a queixa, ter o retorno financeiro não é tão simples. “As pessoas que cometem esses atos ilícitos são estruturados com contas em nome de terceiros. O melhor, antes de ajudar e evitar que sua contribuição seja utilizada para um fim diferente do real, é procurar por projetos já instituídos, reconhecidos e respeitados em seu entorno. Existem muitos”, argumenta. 

Por fim, ele indica que é necessário também ter cuidado com solicitações eletrônicas, via telefone, redes sociais e whatsapp. 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.

 

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