O Vaticano se prepara para um dos momentos mais solenes e decisivos da Igreja Católica: a escolha do novo pontífice. Após a morte do papa Francisco, a Santa Sé declarou a Sé Vacante e convocou o Conclave, que terá início na próxima quarta-feira, 7 de maio. O processo reúne cardeais de todo o mundo, que têm a missão de eleger o 267º papa da história da Igreja.
Na última sexta-feira (2/5), os bombeiros do Vaticano instalaram a tradicional chaminé na Capela Sistina, um dos principais símbolos do Conclave. É por meio dela que o mundo será informado sobre o resultado das votações: fumaça preta indica que nenhum candidato foi escolhido; fumaça branca anuncia ao mundo que um novo papa foi eleito — momento em que se ouve o anúncio histórico “Habemus Papam”.
Apesar de a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, promulgada por João Paulo II em 1996, estabelecer um limite de 120 cardeais eleitores com menos de 80 anos, o Conclave de 2025 contará com 132 votantes. A decisão foi justificada pela Congregação dos Cardeais com base na norma 36 da mesma constituição, que permite certa flexibilidade em casos excepcionais. O próprio papa Francisco, ainda em vida, havia nomeado novos cardeais com direito a voto, mesmo ultrapassando o número tradicional.
Além da alteração no número de eleitores, o atual Conclave apresenta um fato inédito: 12 países terão cardeais votantes pela primeira vez, o que aponta para uma composição mais diversa e globalizada do Colégio Cardinalício. Essa mudança reflete uma das marcas do pontificado de Francisco, que ampliou a representação de igrejas periféricas e fortaleceu a presença de regiões historicamente pouco representadas, como a África, a Ásia e a América Latina.
O processo de eleição é rigorosamente sigiloso. A votação ocorre dentro da Capela Sistina, sem contato com o mundo exterior. Para ser eleito, o novo papa precisa obter dois terços dos votos. Caso isso não aconteça após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas, produzindo a fumaça preta. A expectativa é de que o Conclave possa durar alguns dias, mas não há prazo determinado — o processo segue até que se alcance um consenso.
Enquanto os olhos do mundo se voltam para o Vaticano, fiéis católicos em todos os continentes aguardam com expectativa o anúncio do novo líder espiritual da Igreja Católica — aquele que, ao ser eleito, adotará um novo nome e assumirá a missão de conduzir mais de 1,3 bilhão de católicos em um momento de grandes desafios e transformações.
Habemus Papam? A resposta virá da chaminé da Capela Sistina.