Concluir o ensino médio e ir para a universidade: muitos desafios e ansiedade

Por Dentro De Tudo:

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O fim do ensino médio representa um período de grandes transformações para os jovens, marcando o encerramento de uma fase que traz consigo uma série de escolhas e cobranças. Esse momento é frequentemente acompanhado por estresse e ansiedade, que requerem atenção. De acordo com Matheus Mattioli, professor e coordenador do curso de Psicologia da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), essa etapa é repleta de questionamentos e pressões, especialmente em relação à escolha da profissão e ao vestibular. Ele explica que é o momento em que o jovem precisa decidir seu futuro e lidar com diversas expectativas, o que gera a sensação de que ele deve encontrar a “resposta certa” para a vida.

O psicólogo Matheus Dal’Acqua, formado pela Unaerp, compartilha sua experiência de ansiedade e estresse durante o vestibular, que o levou a buscar terapia e mudar sua opção de curso. Segundo Mattioli, a ideia de que a escolha profissional deve ser definitiva aumenta a ansiedade. Muitos jovens sentem a pressão de atender aos desejos da família e de seguir carreiras socialmente valorizadas. Além disso, ainda persistem estereótipos de profissões ligadas a gênero que influenciam essas decisões. O desejo de satisfazer as expectativas dos outros pode levar os jovens a ignorar suas próprias vontades, resultando em insegurança e sofrimento emocional.

A transição para a vida universitária também traz desafios significativos, como a mudança de rotina e o afastamento do lar, amigos e referências de segurança. Para o especialista, a ansiedade que pode surgir não deve ser vista como fraqueza, mas como uma reação normal que atua como um mecanismo de proteção durante um período repleto de mudanças. Mattioli ressalta que a sensação de um “frio na barriga” é comum e representa a importância dessa fase de transição.

Embora estresse e ansiedade sejam normais, eles necessitam de atenção. O professor alerta para sinais que indicam que esses sentimentos podem estar além do limite saudável, como dificuldades para dormir e se alimentar, isolamento social, irritação constante, crises de choro e uma sensação de incapacidade. Nesses momentos, é fundamental que os jovens busquem ajuda, seja de familiares, amigos, professores ou profissionais de saúde mental, e compartilhem seus sentimentos.

O apoio dos pais e das instituições de ensino é essencial. Muitas universidades oferecem orientação e apoio psicológico, que podem ser aliados nesse período desafiador. Mattioli destaca que não há uma “receita mágica” para enfrentar essa fase, mas alguns hábitos podem ajudar a aliviar a carga emocional. Manter uma rotina de estudos com intervalos, priorizar o sono, cuidar da alimentação, reservar tempo para lazer, praticar exercícios físicos e conversar sobre as angústias com pessoas de confiança são algumas recomendações. Além disso, registrar pensamentos no papel pode ajudar na organização das ideias.

Por fim, o professor conclui que a escolha profissional não precisa ser vista como algo definitivo, enfatizando que a vida permite mudanças de caminho e que isso não deve ser encarado como um sinal de fraqueza, mas sim como oportunidades de ressignificação e novas construções.

Crédito: DICom Unaerp
Fonte: g1

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