O presidente da BH Airport, Kleber Meira, revelou, em evento realizado nessa quinta-feira (23), uma série de projetos para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. O complexo aeroportuário receberá investimentos da Azul Linhas Aéreas e também planeja um centro de convenções.
Durante o evento híbrido Pensar o Futuro, Meira afirmou que está em conversa com a Embraer para que a empresa se instale dentro de Confins. Disse também que convidou a Vivo para ser parceira do aeroporto, assim, a operadora de telefonia poderia oferecer infraestrutura e capacidade para as empresas que se instalem dentro do complexo.
Ainda segundo Kleber, a Azul Linhas Aéreas construirá o primeiro hangar 100% sustentável e totalmente verde da América Latina. Além disso, a empresa também contatou a BH Airport para informá-los que pretende retirar alguns dos seus hangares do Aeroporto da Pampulha e levá-los para Confins.
“Para esse momento inicial que estamos imaginando para 2022, já temos em fase final de negociação o apoio do Governo de Minas Gerais, a Embraer, que seria o primeiro grande cliente, a Vivo, que estaria dando a infraestrutura de telecom, a Huawei, que também já está disposta a entrar, e a PUC-Minas”, afirmou.
O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, tem se consolidado cada vez mais como um dos melhores aeroportos do mundo.
Meira destacou que Confins recebeu o prêmio de aeroporto mais pontual do mundo e ressaltou que, se tratando de Brasil, o aeroporto é o quarto maior e o que possui mais voos para a região Sudeste e Nordeste. Disse também que possui potencial de crescer até 2040 sem grandes investimentos.
O fato de Minas Gerais estar em uma posição geográfica privilegiada — faz fronteira com seis estados e o Distrito Federal — também é um atributo para Confins. Além disso, o Aeroporto de Confins é o único do País a ter autorização da Receita Federal para ser aeroporto-indústria.
“Empresas, hoje, já têm o poder de se instalar dentro do aeroporto e quando fazem isso, gozam, basicamente, de dois grandes benefícios: o primeiro dele é que dentro da zona alfandegada é como se fosse uma free zone, e o segundo é uma economia de logística. Então se você, empresa que está lá dentro, importa um produto, não precisa nacionalizar, não precisa pagar imposto por ele”, disse.
“Se você tem uma posição geográfica, um aeroporto pontual, um hub, conexão com outros aeroportos, se já é um aeroporto-indústria, você começa a criar as bases para que Minas comece a assumir a preponderância e ser um hub logístico multimodal”, afirmou Kleber Meira.
Centro de convenções
Feiras, eventos, convenções, auditórios, área de entretenimento, área comercial, centro de saúde, tudo isso dentro do aeroporto. O arquiteto e viabilizador de negócios, Bernardo Farkasvölgyi, apresentou o projeto de Centro de Convenções e Eventos, que está em pauta para ser construído dentro do complexo de Confins.
“Belo Horizonte está a uma hora do Rio de Janeiro, Brasília e de São Paulo de voo, então é uma cidade perfeita para o turismo de negócios. E quando você pensa em turismo de negócios é interessante que você tenha toda uma conexão, então nós temos Inhotim, Pampulha, Ouro Preto; temos uma rede hoteleira extremamente adequada para receber esses turistas, o que é realmente muito importante. Então, por que não pensar em uma cidade dentro do aeroporto, onde eu venho fazer meus negócios, mas eu posso trazer minha esposa, meus filhos e ficar ali curtindo dentro dessa área, dentro do conceito de se criar uma cidade compacta”, disse.
A primeira edição do evento híbrido Pensar o Futuro foi promovido pela Faculdade SKEMA Business School e pela Câmara de Comércio França-Brasil (CCFB).
Pensar o futuro é tarefa “inadiável”
A Covid-19 trouxe consigo inúmeras incertezas para a sociedade, dentre elas a dúvida de como será o futuro dos negócios pós-pandemia. A proposta de pensar o futuro acabou se tornando inadiável. Não só Minas Gerais, mas todo o País deve se preocupar com seu desenvolvimento pensando nas próximas gerações.
Durante o evento Pensar o Futuro, o vice-governador do Estado, Paulo Brant, ressaltou que o Brasil já foi considerado o País do futuro pelo progresso econômico que viveu por mais de 40 anos. Esse crescimento fez com que as novas gerações tivessem um padrão de vida melhor do que as anteriores. No entanto, esse desenvolvimento foi interrompido.
Apesar da involução vivida ao longo dos anos, Paulo considera que o País tem um grande potencial para mudar essa situação, e a gama de possibilidades que as ciências trazem para a população pode auxiliar no seu crescimento.
“Nós vivemos, hoje, uma era de revolução tecnológica que nunca houve na história da humanidade. As possibilidades que se abrem para a espécie humana são infinitas. Nós estamos vivendo praticamente a derrubada das fronteiras entre as ciências. A ciência e a tecnologia criam pra gente um espaço de possibilidades e essa fronteira de possibilidades cada vez se alarga mais, agora, onde a gente vai se localizar dentro desse espaço, depende de nós”, disse.
O vice-governador ainda salientou que transformações demandam tempo e que o futuro não se constrói buscando resultados imediatos e sem planejamento.