fbpx
sábado, 5 de outubro de 2024

Contato

Conheça as 7 cidades com as maiores taxas de homicídio da RMBH

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

Dos 39.223 homicídios registrados em Minas Gerais desde 2012 até maio de 2023, 15.638 ocorreram na região metropolitana de Belo Horizonte, o que equivale a quase 40% dos crimes. Sem considerar a capital mineira, foram 9.574, cerca de 24%. Os dados do Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Dentre os 34 municípios da Grande BH, incluindo a capital mineira, há perfis diferentes de crime, avaliam especialistas, que também apontam redução no número de assassinatos na última década. No cenário de violência, cidades pequenas aparecem na liderança do ranking de taxas de homicídio por habitantes.

Usualmente, o cálculo considera a taxa de mortes por 100 mil habitantes. Mas como a Grande BH possui a maioria das cidades com população inferior a esse número, o valor de referência usado foi o número de homicídios por 10 mil habitantes, com objetivo de facilitar a compreensão.

São Joaquim de Bicas lidera o ranking da taxa de homicídios por habitantes. Entre 2012 e 2022, a cidade registra uma taxa média anual de 7,43 mortes por 10 mil moradores. Em segundo lugar, está Taquaruçu de Minas, com taxa média anual de 5,83. Esmeraldas é a terceira, com 5,67, e Juatuba a quarta, com 5,24. Fecham a lista Mário Campos e Mateus Leme, ambas com 3,85. Veja mais detalhes abaixo.

Segundo o especialista em segurança Luiz Flávio Sapori, doutor em sociologia, um dos fatores que explica os homicídios em cidades pouco populosas da Grande BH é “crescimento desorganizado” de algumas regiões, tornando localidades conhecidas pela alta criminalidade, principalmente do tráfico de drogas. 

Crime organizado tem matado menos

Belo Horizonte é a cidade mineira com maior número total de assassinatos, com 6.064 mortes desde 2012. A capital chegou a ter uma taxa de homicídio de 3,52 a cada 10 mil habitantes, em 2013. Em 2022, foram 1,20 assassinatos a cada 10 mil habitantes. Na média dos últimos 11 anos, o indicador é de 2,17. 

Segundo o especialista em segurança Jorge Tassi, a redução é, em parte, explicada pela mudança da postura do crime organizado: “A ordem tem sido matar menos”. Ele avalia que é um comportamento que chega primeiro nas grandes cidades, onde o tráfico de drogas é mais estruturado. “Crime organizado é dinheiro. E eles não querem polícia, porque atrapalha os negócios”, afirma.

Luiz Flávio Sapori acrescenta que houve “profissionalização do tráfico de drogas, com maior controle dos homicídios”. “Mata-se menos. BH apresenta uma redução expressiva de homicídios. Isso está muito relacionado a uma nova estrutura, que também ocorre em outras regiões. O tráfico continua forte, mas mais empresarial”, analisa. 

A prefeitura de Belo Horizonte afirma que os casos de crime violento são encaminhados especificamente às Forças de Segurança do Estado. “As intervenções da Guarda Municipal em crimes violentos ocorrem apenas quando a corporação se depara com tais ocorrências, durante suas rondas pela capital”, explica.

A Guarda, segundo a prefeitura, tem suas funções estabelecidas pela Lei Federal 13.022/2014, atuando em rondas preventivas que visam garantir a segurança dos cidadãos e do patrimônio público, como praças, parques, unidades de Saúde, escolas municipais, entre outros. 

Contagem é a segunda cidade da Grande BH com mais homicídios desde 2012, com 2.123 mortes. A média da taxa de assassinatos por 10 mil habitantes é de 2,91 mortes. Assim como BH, o município apresenta redução nos números desde 2016, quando foram 258 óbitos. No ano passado, foram 90.

A prefeitura do município da região metropolitana reforça que “as ações de prevenção e investigação de homicídios são, por lei, de responsabilidade das forças de segurança do Estado”. No entanto, garante que Guarda Civil da cidade atua para prevenir crimes, e espera, até o fim de 2023, contar com mais três mil câmeras de videomonitoramento nos trabalhos das equipes de segurança. 

Cidades com as maiores taxas de homicídio por 10 mil habitantes

  • São Joaquim de Bicas 

São Joaquim de Bicas, com população estimada em 33 mil habitantes, lidera o ranking da taxa de homicídios a cada 10 mil habitantes, com média nos últimos 11 anos de 7,3 mortes. Desde 2012, a cidade registrou 246 assassinatos. 

O ano com mais homicídios no município ocorreu em 2015. Foram 33. Naquele ano, a taxa de homicídios a cada 10 mil habitantes foi de 11,30. Desde 2018, o indicador tem apresentado queda. Em 2021, ele foi de 4,28. Em 2022, nova redução: 2,14 a cada 10 mil habitantes. 

A prefeitura afirma que a cidade tem registrado queda nos homicídios nos últimos anos e que tem realizado diversas ações em parceria com as Polícia Militar e Civil para garantir a segurança da população.

“Entre elas estão o aumento do valor do convênio e também a cessão de servidores efetivos para auxiliar nos serviços internos de ambas corporações; o aumento de policiais efetivos da PM no município, para o policiamento ostensivo; a instalação da Base Móvel Comunitária”, detalha.

A prefeitura garante ainda que tem feito investimentos na iluminação pública, como na instalação de câmeras de videomonitoramento que podem ajudar nos trabalhos das equipes de segurança.

  • Taquaraçu de Minas 

Embora tenha pouco mais de 4 mil habitantes, a cidade de Taquaraçu de Minas registrou, entre 2012 e 2022, uma taxa média de 5,83 mortes por 10 mil habitantes. Nos últimos 11 anos, foram 27 homicídios. 

  • Esmeraldas 

A cidade de Esmeraldas é a mais populosa que aparece neste levantamento, com cerca de 85 mil habitantes. No município, ocorreram 433 homicídios desde 2012. A média da taxa de homicídio por 10 mil habitantes, entre 2012 e 2022, é de 5,67. O ano com mais mortes ocorreu em 2015, com 53 óbitos.

  • Juatuba

Desde 2012, Juatuba, de 30 mil habitantes, registrou 148 homicídios. A média da taxa de homicídio por 10 mil habitantes entre 2012 e 2022 é de 5,24.

  • Igarapé

Em Igarapé, que possui cerca de 45 mil habitantes, ocorreram 193 assassinatos desde 2012. A média de taxa de homicídio por 10 mil habitantes entre 2012 e 2022 é de 4,30. A cidade também convive com redução das mortes ano a ano, desde 2018. No ano passado, foram 6 mortes. O município chegou a registrar 27 em 2015.

  • Mário Campos 

Com população estimada em cerca de 15 mil habitantes, Mário Campos tem média, entre 2012 e 2022, de 3,85 assassinatos por 10 mil habitantes. Nos últimos 11 anos, foram 33 homicídios na cidade. 

  • Mateus Leme 

Mateus Leme, com mais de 35 mil habitantes, registrou 134 homicídios nos últimos 11 anos. A média anual da taxa de assassinatos por 10 mil habitantes é de 3,85. 

A cidade registrou os anos com mais homicídios no período entre 2012 e 2016. Em 2015 e 2013, a cidade teve 19 assassinatos. Desde então, o número tem caído. No ano passado, foram 7 mortes. Neste ano, ocorreram outras 6.

Avaliação

O especialista Jorge Tassi reforça que o levantamento não compara o perfil de violência entre as cidades. Ele também pontua que fatores isolados podem alterar os dados e ter impacto maior em municípios menores. As estimativas de habitantes tiveram como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

FONTE: O Tempo.

Encontre uma reportagem

Aprimoramos sua experiência de navegação em nosso site por meio do uso de cookies e outras tecnologias, em conformidade com a Política de Privacidade.