Entrou em vigor na última sexta-feira um novo programa de empréstimo consignado voltado para trabalhadores com carteira assinada. A iniciativa permite que os empregados utilizem parte do saldo do FGTS e da multa rescisória como garantia do crédito. O modelo tem gerado opiniões divididas, com especialistas destacando tanto os benefícios quanto os riscos dessa modalidade.
O crédito consignado para trabalhadores CLT tem como principal atrativo as taxas de juros reduzidas, já que as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento. No entanto, uma das preocupações é a falta de flexibilidade no pagamento. Caso o trabalhador seja demitido, o saldo devedor pode ser abatido das verbas rescisórias, o que pode comprometer sua estabilidade financeira no período de transição.
Outro ponto de alerta é o risco de superendividamento. O aumento da margem consignável pode levar à redução da renda disponível, dificultando o pagamento de outras despesas essenciais. Além disso, especialistas alertam para a possibilidade de aumento na oferta agressiva de crédito por parte das instituições financeiras, o que pode estimular contratações impulsivas.
Por outro lado, o crédito pode ser uma solução vantajosa para aqueles que planejam seu uso com cautela. O valor pode ser empregado na quitação de dívidas com juros mais altos, na compra de itens essenciais ou em investimentos pessoais, como cursos de qualificação profissional. Ainda assim, é fundamental que os trabalhadores avaliem sua real necessidade antes de contratar o empréstimo.
O programa já registrou um número expressivo de solicitações desde o seu lançamento, o que reforça o interesse da população pela linha de crédito. No entanto, especialistas alertam que, antes de aderir, é essencial analisar o impacto do desconto das parcelas no orçamento mensal e garantir que a decisão não comprometa a saúde financeira a longo prazo.
Foto: Jeane de Oliveira
Fonte: FDR