A ansiedade é uma emoção normal, mas sua prevalência tem aumentado em nossa sociedade, exacerbada pelas redes sociais, pela velocidade da vida moderna e pela autoexigência. Segundo Iris Pérez Bonaventura, doutora em psicologia e especialista em saúde mental, a ansiedade pode ser benéfica em certas situações, como antes de um exame. No entanto, quando se torna frequente e causa desconforto, pode interferir na vida cotidiana.
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), os transtornos de ansiedade são o problema de saúde mental mais comum nos Estados Unidos, afetando mais de 40 milhões de adultos e cerca de 7% das crianças. A Organização Mundial da Saúde estima que 4% da população mundial sofra de ansiedade, sendo o Brasil o país com a maior população ansiosa do mundo, com 18,6 milhões de pessoas afetadas, especialmente pela ansiedade digital.
A ansiedade é uma resposta a ameaças percebidas, podendo se tornar desproporcional e crônica. Os fatores contextuais, como a superexposição a informações e a pressão social, intensificam essa condição. A desconexão com o presente, alimentada pela ansiedade em relação ao futuro, impede as pessoas de viverem plenamente. A constante busca por aprovação nas redes sociais e a gratificação instantânea contribuem para um ciclo vicioso de ansiedade.
Técnicas para Reduzir a Ansiedade
1. Pratique Pausas e Conexão com o Presente: É fundamental criar momentos de tranquilidade na rotina, apreciando as pequenas coisas e focando no aqui e agora.
2. Desacelere e Processamento de Informações: Reduza o ritmo de vida, evitando a superexposição a informações e confrontando os problemas em vez de evitá-los. A ansiedade muitas vezes é menos severa do que imaginamos.
3. Exercícios de Atenção Plena: A prática da meditação e da atenção plena pode ajudar a criar um espaço entre os estímulos e nossas reações, permitindo reflexão e controle emocional.
4. Identifique e Enfrente seus Medos: Reconheça o que está causando sua ansiedade. Pratique a visualização de cenários que provocam medo para desmistificá-los.
5. Ajuste suas Expectativas: Aprenda a adaptar-se ao presente e a aproveitar o que você tem, diminuindo a pressão interna.
6. Busque Ajuda Profissional: Se a ansiedade persistir e interferir na sua vida, é importante procurar um psicólogo ou terapeuta qualificado.
Carl Honoré, defensor do movimento lento, sugere que desacelerar e viver o presente é a chave para uma vida equilibrada e saudável. O foco deve estar em experiências significativas e não na velocidade.
Através de uma abordagem consciente, podemos enfrentar a ansiedade existencial e reconectar com o que é importante em nossas vidas, buscando não apenas sobreviver, mas viver plenamente.