Em meio ao anúncio de um conjunto de medidas para cortar gastos, feito pela direção dos Correios nesta segunda-feira (12/5), funcionários denunciaram o descredenciamento de clínicas médicas e a insuficiência da rede credenciada dos planos de saúde oferecidos pela estatal.
A situação levou empregados a buscar atendimento fora da rede, algo que, segundo eles, não ocorria quando estavam cobertos pelo antigo Correios Saúde.
Desde 2013, a Postal Saúde é a operadora responsável pela gestão dos planos dos empregados dos Correios, atendendo mais de 200 mil beneficiários por meio de três planos: Correios Saúde I, Correios Saúde II e Viver Saúde. No entanto, a operadora está inadimplente com parte dos prestadores, o que motivou a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect) a enviar uma notificação extrajudicial, cobrando providências imediatas.
A crise também foi reconhecida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que classificou a Postal Saúde no nível mais crítico de alerta, evidenciando o colapso financeiro do sistema. A Findect ressalta que, mesmo com os trabalhadores arcando com altas contribuições e coparticipações mensais descontadas em folha, o atendimento não está sendo garantido.
“É inadmissível que os trabalhadores e seus dependentes estejam pagando mensalmente suas contribuições ao plano, e, mesmo assim, fiquem sem atendimento. A responsabilidade por garantir o funcionamento do plano é da ECT, que é a mantenedora da Postal Saúde”, afirmou a federação em nota.
Entre as medidas para equilibrar as contas, os Correios anunciaram mudanças que afetam diretamente os empregados, como a prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV), incentivo à redução da jornada, suspensão temporária de férias a partir de junho, retorno obrigatório ao trabalho presencial e reestruturação interna, com redução de pelo menos 20% do orçamento de funções.
Em relação à assistência médica, a estatal informou que lançará novos formatos de planos de saúde, com estimativa de economia de 30%. A escolha da rede credenciada será discutida com os sindicatos, mas ainda não há detalhes divulgados.
A expectativa da direção é que o pacote de medidas resulte em uma economia de até R$ 1,5 bilhão em 2025. Além disso, a empresa anunciou uma parceria com o New Development Bank (NDB) para captar R$ 3,8 bilhões em investimentos.
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Fonte: Metrópoles
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