Em meio a uma crise financeira considerada a mais grave dos últimos anos, os Correios decidiram suspender o pagamento do crédito extra de fim de ano conhecido como “vale-peru”, benefício tradicionalmente repassado aos empregados. Em 2024, cada funcionário recebeu R$ 2.500, valor que custou cerca de R$ 200 milhões à estatal. Neste ano, a direção informou que não há condições de repetir a concessão.
A decisão já foi comunicada internamente e ocorre no momento em que a empresa prorrogou, até 15 de dezembro, o acordo coletivo de trabalho — mas excluindo a cláusula que previa o benefício. Os Correios afirmam que o valor referente ao ano passado foi totalmente quitado dentro do prazo e que não há espaço financeiro para novos acréscimos.
A estatal enfrenta um rombo acumulado de R$ 6,1 bilhões até setembro e projeta que o prejuízo pode chegar a quase R$ 10 bilhões até o fim de 2025. Sem novos recursos, o cenário para 2026 é ainda mais crítico. Para evitar um colapso no caixa, a empresa tenta negociar um empréstimo com bancos públicos e privados, operação que depende de garantia do Tesouro Nacional. O órgão, porém, rejeitou a proposta inicial devido ao alto custo dos juros.
Enquanto negociações prosseguem, trabalhadores pressionam por avanços. O Sintect-SP aprovou indicativo de greve para 16 de dezembro. Internamente, os Correios afirmam precisar de R$ 20 bilhões até 2026 para reestruturar a companhia, regularizar dívidas, ajustar plano de saúde, reorganizar carreiras e viabilizar um novo programa de demissão voluntária.
Crédito da matéria: Folhapress / O Tempo — Texto adaptado
Crédito da foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
















