A CPMI que apura fraudes em descontos indevidos no INSS aprovou, em votação simbólica, a convocação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para prestar depoimento. A decisão ocorre porque uma empresa do grupo familiar do governador aparece nas investigações sobre a oferta de empréstimos consignados a aposentados e pensionistas.
Com a convocação, Zema será obrigado a comparecer. A data da oitiva ainda não foi definida. A reportagem buscou o governo de Minas, mas não houve resposta até a última atualização.
O pedido aprovado afirma que a participação do governador é necessária para esclarecer a atuação da empresa no período analisado pela comissão, além de pontos relacionados a consignados liberados após medida provisória que permitiu empréstimos descontados diretamente do Auxílio Brasil. A PF e a CGU identificaram prejuízo superior a R$ 6 bilhões aos beneficiários, no âmbito da Operação Sem Desconto.
Durante a reunião, aliados de Zema defenderam que ele fosse apenas convidado, o que lhe daria liberdade para escolher se compareceria, mas a oposição argumentou que isso poderia resultar em blindagem. A convocação foi mantida.
Outro requerimento, que pedia a quebra dos sigilos bancário e fiscal da empresa Zema Crédito, Financiamento e Investimento S/A, foi rejeitado. A proposta mencionava riscos de fraudes devido à operação totalmente digital da instituição e lembrava que ela foi autorizada pelo Banco Central a conceder consignado diretamente no Auxílio Brasil — prática posteriormente questionada pela Controladoria-Geral da União.
Crédito do texto: g1 / Rodrigo Salgado
Crédito da foto: Reprodução / TV Globo
