O crescimento infantil é um processo dinâmico que não ocorre na mesma velocidade em todas as fases da vida. Para orientar pais e responsáveis, especialistas destacam a importância de observar sinais de alerta e de manter o acompanhamento regular com um endocrinologista pediátrico.
Segundo o endocrinologista pediátrico Dr. Miguel Liberato, a velocidade de crescimento varia conforme a idade. No primeiro ano de vida, a criança cresce em média 25 centímetros. No segundo ano, o ritmo desacelera para cerca de 12 cm. Entre os 3 anos e o início da puberdade, a média anual fica entre 5 e 7 cm. Já na puberdade, ocorre um novo pico: meninas podem crescer de 8 a 9 cm por ano e meninos de 9 a 10 cm.
Muitos pais notam atrasos quando percebem que a criança demora a trocar a numeração de roupas ou calçados, ou quando está visivelmente menor em comparação a colegas da mesma idade. O especialista alerta que qualquer sinal de déficit deve motivar uma consulta médica, já que problemas podem passar despercebidos sem avaliação regular.
Embora a estatura dos pais seja um fator importante, ela não determina sozinha o potencial de crescimento. Situações de baixa estatura em adultos, muitas vezes, estão associadas a problemas não identificados na infância. Hoje, com diagnóstico precoce, é possível alterar a evolução dos filhos e garantir melhores resultados.
Além do acompanhamento clínico, exames laboratoriais e de imagem — como a análise da idade óssea — são fundamentais para identificar causas de baixa estatura. Entre elas estão alterações hormonais, como deficiência de hormônio do crescimento, hipotireoidismo, distúrbios de puberdade e de cortisol; fatores nutricionais; condições pediátricas como a doença celíaca; e causas genéticas.
Um erro comum é acreditar que crianças mais baixas sempre compensarão no chamado estirão da puberdade. De acordo com Dr. Miguel, essa compensação nem sempre ocorre, e esperar pode significar perder a oportunidade de alcançar a estatura adequada. O tratamento com hormônio do crescimento (GH), quando indicado, deve ser iniciado o quanto antes e sempre acompanhado por médico. Atualmente, o GH pode ser administrado em injeções diárias ou semanais.
Além do tratamento médico, hábitos de vida saudáveis também são fundamentais. Dormir cedo, manter uma alimentação equilibrada e praticar atividade física regular são medidas que ajudam a garantir um bom desenvolvimento.
Matéria: Ronaldo Araújo
Foto: Raphael Nascimento