Crianças não vacinadas são mais propensas a desenvolver sintomas graves de Covid-19, representando 90% dos casos moderados a graves da doença entre o público pediátrico. Os dados são de um estudo publicado no periódico International Journal of Infectious Diseases.
A pesquisa revela ainda que na ausência da imunização elas liberam partículas virais por mais tempo, fator que influencia na transmissão do coronavírus.
A análise foi conduzida por pesquisadores de diferentes universidades chinesas durante o surto da variante Ômicron em Xangai, entre março e maio de 2022. As crianças aptas para vacinação na época receberam Coronavac ou a vacina inativada da Sinopharm.
Segundo o estudo, entre as 2.620 crianças e adolescentes infectados, 62% não estavam vacinados – destes, mais de 80% tinham até 5 anos. Os menores de 3 anos, que no período analisado ainda não eram elegíveis para vacinação, apresentaram maior risco de ter Covid-19 grave. Crianças de outras idades que ainda não tinham recebido o imunizante também mostraram maior chance de ter sintomas moderados a graves em relação às vacinadas.
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Do total de participantes do estudo, 38,6% eram assintomáticos. A maior parte dos casos sem sintomas ocorreram em crianças que estavam com o esquema completo de imunização, da faixa etária de 6 a 17 anos. Dos quadros moderados a graves, 90,6% aconteceram em não vacinados. Além da falta de imunização, sobrepeso e obesidade foram outros fatores de risco observados para o desenvolvimento de doença grave, de acordo com a pesquisa.
Um estudo anterior, também conduzido durante o surto da Ômicron na cidade chinesa, mostrou que mais de 70% das crianças com Covid-19 que manifestaram sintomas ainda não tinham tomado a vacina. A infecção sintomática foi mais frequente no grupo com idade menor que 3 anos, seguido do grupo de 3 a 5 anos.
Esquema vacinal contra a Covid-19 para crianças
No Brasil, crianças de 6 meses a 5 anos, que receberam Pfizer Baby, tem o esquema básico de três doses, com intervalo de quatro semanas após a dose 1 e oito semanas entre a dose 2 e dose 3.
Crianças de 6 anos ou mais devem receber um esquema básico de duas doses, além de um reforço. A vacina Coronavac possui duas doses, recomendação que vai em bula e é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As crianças de 3 a 5 anos que receberam, por exemplo, Coronavac, em duas doses, devem receber um reforço, uma dose a mais de Pfizer, que é o imunizante de RNA mensageiro.
Confira o esquema vacinal por faixa etária
Crianças de 6 meses a menores de 5 anos:
Vacina Pfizer: 1ª dose, 2ª dose, 3ª dose
Intervalo: 4 semanas após a dose 1 e 8 semanas após a dose 2
Crianças de 3 anos a menores de 5 anos:
Vacina Coronavac: 1ª dose, 2ª dose e reforço
Intervalo: 4 semanas entre dose 1 e dose 2 e reforço 4 meses após a dose 2, feito preferencialmente com a vacina da Pfizer
Crianças de 5 anos a 11 anos:
Vacina Pfizer: 1ª dose, 2ª dose e reforço
Intervalo: 8 semanas entre dose 1 e dose 2 e reforço 4 meses após a dose 2, feito preferencialmente com a vacina da Pfizer
Vacina Coronavac: 1ª dose, 2ª dose e reforço
Intervalo: 4 semanas entre dose 1 e dose 2 e reforço 4 meses após a dose 2, feito preferencialmente com a vacina da Pfizer
(Com informações do Instituto Butantan)
Este conteúdo foi originalmente publicado em Crianças não vacinadas representam 90% dos casos moderados a graves de Covid-19, diz estudo no site CNN Brasil.