Um assaltante foi surpreendido ao roubar um lutador de artes marciais no bairro Catiapoã, em São Vicente, no litoral de São Paulo. A vítima o imobilizou com um mata-leão e só o soltou quando a polícia chegou. Os dois foram levados à delegacia.
Nesta sexta-feira (5), o lutador Davi Bonifácio Fernandes, de 23 anos, contou que sempre anda atento nas ruas, porém, na última quarta-feira (3), estava resolvendo um problema no celular e acabou se distraindo. O assaltante se aproximou e a vítima colocou o celular, ainda em ligação, no bolso.
Davi contou que o homem perguntou qual bairro da cidade ele morava e logo anunciou o assalto. “Ele pegou e [falou]: ‘É o seguinte, estou com o revólver aqui’, foi essa exata frase. ‘Não quero atirar em você, não quero te dar uns pipocos. Faz o seguinte, deixa eu ver esse seu relógio'”, lembrou.
O lutador disse que o assaltante colocou o relógio no pulso e pediu o telefone. “Ele olhou para trás, acho que ia colocar o celular no meu rosto para desbloquear, nesse momento eu consegui dar um passo para o lado e encaixar um cruzado [golpe lateral de curta distância] nele”.
Davi contou que o homem caiu no chão e ainda aplicou mais três socos. “Sendo bem sincero, a vontade era de bater muito mais. Mas, ele já estava muito tonto”, afirmou.
Davi explicou que o imobilizou com um ‘mata-leão’ no intuito de se certificar que não havia uma arma nas costas e ficou nessa posição até a polícia chegar. Segundo o lutador, o assaltante gritava que era brincadeira.
A vítima contou que enquanto imobilizava o assaltante o relógio dele ficou no chão e alguém o levou. “O ser humano é tão incrível ao ponto de se aproveitar do momento ali [para furtar]”.Ele recuperou a carteira e o celular.
Assim que a PM chegou auxiliou a vítima e deteve o bandido. Todos foram encaminhados ao 1º DP da cidade. A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Apesar de ter imobilizado o assaltante, Davi disse que não aconselha ninguém a reagir a um assalto. Segundo ele, só deu o primeiro golpe quando percebeu que o homem não havia puxado nenhuma arma.
“O que as artes marciais mais ensinam para nós é evitar esse tipo de conflito, porque a rua não é um ambiente controlado. Mas ele não tinha puxado arma, nem nada”, finalizou.
Fonte: Globo.