Desidratação, micose, brotoeja e intoxicação alimentar. Com a chegada do verão, essas doenças se tornam cada vez mais comuns por conta dos dias quentes e da umidade, condições climáticas típicas desse período. Especialistas alertam para os cuidados a serem tomados nessa época do ano, redobrando as atenções para as crianças e os idosos.
O primeiro sinal da desidratação é a sede, que, em casos graves, pode levar o paciente ao coma. Medidas simples, como a ingestão frequente de água, consumo de frutas, sucos e dieta equilibrada ajudam na prevenção. Outra recomendação é o cuidado com a prática de atividades físicas ao ar livre em horários em que o sol e o calor não estejam tão fortes.
Segundo a coronel Tarcimara Moreira, diretora do Departamento de Saúde da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (AOPMBM), é preciso ficar de olho na hidratação em todas as idades, especialmente a dos mais velhos.
“Com o envelhecimento, eles começam a perder a sede, não lembram de tomar água. E também têm um volume de água menor no corpo, transpiram menos e usam medicação. Com isso, perdem muito líquido. Tudo isso leva a uma desidratação”, afirmou a médica.
Ela lembra, ainda, que casos extremos da falta de água no corpo podem levar a quadros de hipertermia, e em certos casos, à confusão mental. “Eles ficam irritados, com tonturas, dor de cabeça, urina amarelada, lábios secos”, acrescentou.
Além disso, no calor, é comum o aumento da transpiração. Por isso, é preciso ficar atento, pois o suor pode ficar retido pela obstrução das glândulas que o eliminam, fazendo o corpo expeli-lo mais do que o normal, formando a brotoeja. A enfermidade é caracterizada por bolinhas na pele, coceira, sensação de ardor, inchaço e manchas vermelhas.
Há também os casos de intoxicação, já que os alimentos ficam mais perecíveis devido às altas temperaturas sem a refrigeração adequada. Mal estar, náuseas, vômitos, diarreia e febre são os sintomas mais comuns. A melhor dica para se prevenir é tomar cuidado com alimentos expostos, observando a higiene do local em que são comercializados.
Até quem está dentro de casa, isolado por conta do aumento de casos de Covid-19, deve se atentar, mantendo a boa hidratação e uma dieta leve e equilibrada.
Risco nas piscinas
Infecção caracterizada pela proliferação de fungos, a micose é favorecida pelos ambientes quentes e úmidos. Os sintomas incluem coceira, ressecamento e vermelhidão. Para evitar, é preciso lavar e enxugar bem as dobras do corpo após o banho, como a virilha, entre os dedos dos pés e axilas. Também é importante evitar andar descalço em clubes, praias, piscinas e vestiários.
A conjuntivite química também pode ser transmitida por causa do contato com infectados ou materiais contaminados – e na piscina a bactéria pode se proliferar. Os sintomas incluem olhos vermelhos, secreção amarelada ou aquosa, fotofobia e inchaço nas pálpebras. Lavar o rosto com frequência e não compartilhar objetos contribuem para evitar a doença.
Crianças
No caso das crianças, a médica Gabriela Araújo Costa, da Sociedade Mineira de Pediatria, recomenda que os pais ofereçam água e outros líquidos aos filhos, aumentando a quantidade consumida nesse período. “Algumas se desidratam mais facilmente e podem apresentar cansaço e dor de cabeça”, explicou.
Ela reforça, também, a importância de se manter os cuidados de higiene, dando banhos mais frequentes, e com as refeições. “Muita atenção com os alimentos consumidos fora de casa. Evitar aqueles expostos à temperatura ambiente, com poder de deterioração mais rápido, como peixe e os que levam leite”.
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