A estatística mais recente do Grupo Gay da Bahia revela que a cada 36 horas um homossexual morre de forma violenta no Brasil. Só no ano passado foram 237 ocorrências, sendo 224 assassinatos e 13 suicídios. A violência contra pessoas do grupo LGBTQIA+ é o assunto da terceira reportagem da série especial sobre o Orgulho Gay, que marca o mês de junho.
A entidade — fundada em 1980, grupo mais antigo em atividade no Brasil voltado para o público LGBTQIA+ — afirma que o Brasil é o campeão mundial em crimes contra minorias sexuais.
Fundador do Grupo Gay da Bahia, o professor aposentado de antropologia da Universidade Federal da Bahia Luiz Mott afirma que o número de mortes violentas de homossexuais caiu em 2020 em relação a 2019, mas o cenário ainda é assustador.
Ele sugere medidas para tentar resolver o problema. “A primeira é a educação sexual científica em todos os níveis escolares, para ensinar desde criança que as pessoas têm de respeitar a diversidade sexual, que não é crime, não é pecado, não é doença ser travesti, gay, lésbica”, diz.
“Segundo, o governo tem que apresentar e cumprir políticas públicas para garantir a segurança da população LGBT, e a saúde, porque as principais vítimas da aids continuam sendo, sobretudo, jovens gays”, completa Mott.
A delegada da Polícia Civil Luisa Drummond explica que a denúncia desse tipo de crime é fundamental. “Primeiramente, por ser uma forma de ajudar a educar a sociedade sobre a importância de a gente respeitar as diferenças. Quanto mais pessoas denunciarem, mais vamos conseguir conscientizar a população e também vai possibilitar a punição dos agressores.”
