De Pedro Leopoldo para o Mundo: DJ Patão e a arte de transformar música em performance; assista a entrevista

Por Dentro De Tudo:

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O clima é de descontração no estúdio cheio de equipamentos, onde cada botão, disco e cabo conta uma parte da história de um dos DJs mais premiados da região. No quadro “Talentos da Terra”, nossa equipe conversa com DJ Patão, artista que, há quase 20 anos, transforma música em performance e coloca Pedro Leopoldo no mapa dos grandes eventos e campeonatos de DJ.

“É daqui que sai para o mundo”, resume ele, orgulhoso, sobre o seu espaço de criação. No estúdio, há toca-discos, mixer, amplificadores e softwares que unem a tradição do vinil à tecnologia moderna. Patão integra a categoria turntablism — ou malabarismo com discos — considerada o nível mais avançado da arte de discotecar.

Das lajes ao pódio

A paixão começou em 2005, inspirada pelo pai, Wilson, veterano do som na cidade. “Meu pai trabalhava com bandas e DJs. Um dia vi um DJ fazendo mixagens e o pessoal dançando. Aquilo me pegou de vez”, relembra.

No início, não havia equipamentos caros. Com dois DVDs e um mixer, improvisava mixagens gravadas do rádio e carregava todo o som no carrinho de mão para festas de amigos. “O mais difícil era ter o som, mas a gente dava um jeito”, brinca.

O primeiro CDJ só veio em 2013, oito anos após o início da carreira. Já os toca-discos, essenciais para o turntablism, levaram mais alguns anos para serem conquistados. “Sempre digo para quem está começando: faça o melhor com o que tem. Hoje até celular com aplicativo já é um bom começo.”

De Pedro Leopoldo para palcos internacionais

Ao longo da trajetória, Patão já tocou em festas, casamentos, casas noturnas e festivais, acompanhando MCs e bandas. No cenário competitivo, acumulou títulos importantes, como o 3º lugar no CMDA em 2019 e o campeonato internacional em 2024, superando DJs de vários países.

“Quando vi que estava na final com um boliviano, percebi o nível que estava alcançando. Ganhei com 15 pontos de vantagem”, conta. Representar Pedro Leopoldo é um orgulho: “Sempre levo o nome da cidade. Muita gente nem sabia que tínhamos DJs de campeonato aqui.”

O que é um DJ de campeonato?

Ao contrário do DJ de pista, que foca em manter a festa animada, o DJ de campeonato apresenta rotinas de 5 a 6 minutos, avaliadas por técnica de scratch, batidas (beat juggling) e criatividade. “É um show de malabarismo com o som. Cada movimento conta pontos”, explica Patão.

Mais que música: inspiração e projetos sociais

Fora das pistas e competições, o DJ se dedica a ações comunitárias, oficinas e eventos sociais. “Gosto de deixar as crianças e jovens tocarem, despertando o interesse pela música. Não tem idade para começar.”

Além da música, Patão é ciclista e acumula medalhas em provas na região. “Bike parada não faz história”, diz, incentivando a prática do esporte.

Planos para o futuro

Para 2025, o sonho é ousado: participar de um campeonato na Rússia. “É um dos maiores do mundo. Vamos trabalhar e treinar para chegar lá.” Outra meta é formar novos DJs e manter viva a cultura musical local.

No fim da entrevista, um convite: “Segue lá no Instagram @dj__patão e no WhatsApp (31) 9 9865-7276. Lá você fica por dentro dos eventos, das pedaladas e, claro, das performances.”

DJ Patão é prova viva de que talento e dedicação podem transformar um sonho de adolescência em carreira de reconhecimento internacional — sem nunca esquecer de onde veio.

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