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Confira como foi o último debate ao governo de Minas Gerais

Por Dentro De Tudo:

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Pela primeira vez na campanha eleitoral e no único debate ao qual se dispôs a comparecer na televisão, o governador e candidato à reeleição, Romeu Zema (Novo), foi a ‘vidraça” por quase duas horas no confronto direto na TV Globo. No saldo da briga de candidatos o ‘escudo’ utilizado pelo governador foi pequeno diante da saraivada de críticas dos outros quatro concorrentes à Cidade Administrativa.

Nitidamente nervoso ao longo dos blocos, Zema não conseguiu transparecer a calma cultivada longe das câmeras. Recorreu exatas 13 vezes ao mantra “PT-Pimentel” e o legado de atrasos salariais e de repasses do governo que o antecedeu. Em quase todos os momentos, precisou recorrer ao material preparado que ocupava toda a bancada à sua frente, minuciosamente separado com cores para se orientar. Em dado momento, chegou a errar o nome da candidata Lorene Figueiredo (PSOL) chamando-a de “Edilene”. Em outro, deu um tapa na mesa ao responder uma pergunta sobre fome.

No confronto mais esperado da noite, especialmente por Alexandre Kalil (PSD), contra o governador, as críticas pessoais foram a tônica. Aproveitando o espaço para pergunta com tema livre, Kalil tentou atrelar a Zema a pecha de ser guiado por grandes empresários, especialmente da mineração. “Não sou deputado, aqui ninguém é falastrão. O senhor está falando com homem do Executivo”, disse Kalil. Em outro momento, aproveitando o tapa de anterior do governador na mesa, o ex-prefeito usou a relação de Zema com mineradoras para direcionar outras críticas a ele. “Queria ver essa valentia com minerador da Serra do Curral. Se houvesse essa valentia pra bater na mesa pra combater minerador faria o Estado melhorar”, criticou.

Zema rebateu o ex-prefeito ao relembrar um episódio, no interior do Estado, quando Kalil disse que jogaria “pela janela” um repórter que o questionou sobre dívidas trabalhistas. “O senhor é hipócrita. É um dos maiores mentirosos. O que o senhor herdou acabou com tudo e vive como milionário. Não tem moral para falar comigo. O senhor é mentiroso profissional”, disparou Zema.

Mesmo separados fisicamente por três dos cinco candidatos, a tensão entre os dois líderes na série de pesquisas DATATEMPO deste ano, fez com que o clima ficasse pesado no estúdio.

O nervosismo inicial de Zema que, segundo ele, ocorreu por um “direcionamento” dos candidatos para fazer críticas ao governo dele foi a porta de entrada também para os demais candidatos. Lorene Figueiredo e Marcus Pestana aproveitaram o desconforto do candidato do Novo. A psolista criticando o candidato à reeleição em temas sobre diversidade, mineração da Serra do Curral e políticas direcionadas a mulheres. O tucano fazendo poucas menções aos quase 16 anos de gestão do PSDB, mas também alfinetando Zema sobre a fixação com a gestão Pimentel: “Vou deixar o telefone do Pimentel pro Zema porque ele não está no debate”, ironizou.

Se o debate de 2018 era a chance de encontrar um trampolim para impulsionar, na última hora, o empresário desconhecido na capital mineira, o de ontem deixou Zema “nas cordas” na reta final da campanha. Ainda que os institutos de pesquisa apontem uma vantagem, neste momento, confortável para o governador, a possibilidade dada pelo debate da TV Globo deixou expostas feridas que podem ser utilizadas nos últimos dias de campanha. Até então sem ir aos dois debates de TV, Zema podia navegar em águas calmas e com pouca contestação de seus feitos. Nesta terça-feira, precisou recorrer a um arsenal, repetido à exaustão, de aumento piso mineiro de assistência social em 50% e outros concedidos a categorias que estiveram em condição de vulnerabilidade durante e após o momento mais critico da pandemia.

No saldo final do debate, Zema sai com fraturas abertas a quatro dias das eleições, preocupado com uma eventual aproximação de Kalil e a chance de ver sua margem de segurança para uma vitória no primeiro turno derreter

Fonte: O Tempo. Foto: TV Globo.

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