A recente decisão da Câmara dos Deputados de taxar as compras internacionais até US$ 50 em 20% gerou reações diversas no cenário comercial brasileiro. Enquanto varejo e indústria nacional celebraram a medida como uma vitória, a plataforma Shein a enxergou como um retrocesso, e o AliExpress, com surpresa.
A aprovação da taxação, parte do projeto de lei do Mover, Programa de Mobilidade Verde e Inovação, foi acompanhada de perto após intensas discussões e pressões do varejo local. Empresas brasileiras argumentaram sobre a concorrência desleal e vantagens tributárias para plataformas estrangeiras como Shein e AliExpress.
A Shein considerou a decisão um retrocesso que limita o acesso ao consumo de produtos importados pelas classes C, D e E da população. O diretor da empresa no Brasil, Felipe Feistler, destacou a disparidade tributária, ressaltando que a medida prejudicará principalmente os consumidores de menor poder aquisitivo.
Por sua vez, o AliExpress foi surpreendido com a decisão e lamentou a falta de consulta aos consumidores antes da votação. Briza Bueno, diretora do AliExpress, ressaltou a incerteza resultante da medida e enfatizou o compromisso da empresa com o país, enquanto observa as manifestações do governo e da Receita Federal.
Apesar da comemoração do varejo e da indústria nacionais, representantes do setor ressaltaram que ainda é necessário avançar na isonomia regulatória e no combate às fraudes, garantindo uma concorrência justa para todos os envolvidos.
Enquanto a decisão aguarda aprovação do Senado e sanção presidencial, o debate sobre as implicações da taxação das compras internacionais continua aceso, com diferentes atores expressando suas preocupações e expectativas em relação ao futuro do comércio no Brasil.
Imagem: Photothek via Getty Images