A Defensoria Pública do Rio de Janeiro confirmou, na manhã desta quarta-feira (29/10), que o número de mortos após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão ultrapassou 130 pessoas, sendo 128 civis e quatro policiais. O balanço oficial do governo estadual, porém, ainda aponta 64 mortos e 81 presos.
De acordo com a Defensoria, a situação se agravou quando moradores do Complexo da Penha levaram ao menos 70 corpos para a Praça São Lucas, em um ato de denúncia e desespero. Os corpos foram encontrados em uma área de mata entre os dois complexos — cenário da operação considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.
Imagens mostram moradores ajudando na retirada dos corpos, muitos deles com marcas de tiros, facadas e sinais de execução. Crianças e familiares acompanharam o momento em meio a gritos de revolta e pedidos por justiça.
Defensores de direitos humanos solicitaram a presença de peritos e observadores internacionais da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, alegando indícios de execuções sumárias e abuso policial.
A operação, batizada de “Contenção”, tinha como alvo membros do Comando Vermelho e visava cumprir 69 mandados de prisão em 180 endereços. As forças de segurança afirmam ter apreendido mais de 100 fuzis.
Durante a ação, drones foram usados para lançar bombas, e diversas regiões do Rio viveram horas de caos, tiroteios e ruas bloqueadas. O governo estadual ainda não se pronunciou sobre as denúncias de abusos e sobre a diferença entre os números oficiais e os relatados pela Defensoria.
📸 Foto: Eduardo Anizelli / Folhapress
📰 Fonte: O Tempo




















