A delegada Ana Paula Lamego Balbino, da Polícia Civil de Minas Gerais, recebeu uma nova licença médica e continuará afastada do cargo até meados de dezembro. Ela é casada com Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário que confessou ter atirado e matado o gari Laudemir de Souza Fernandes após se irritar no trânsito em Belo Horizonte. O novo afastamento foi confirmado pela Polícia Civil nesta segunda-feira, 13 de outubro. Ana Paula já estava fora de suas funções desde 13 de agosto, dois dias após o crime, e teve sua licença prorrogada por mais 60 dias após passar por nova perícia médica.
A defesa da delegada afirmou em nota que “a licença é legal e foi concedida por um servidor público”. Conforme informações do Portal da Transparência, mesmo sem exercer suas funções, Ana Paula recebeu R$ 15,7 mil líquidos no primeiro mês de afastamento. Se a média se mantiver, o valor pode chegar a R$ 93 mil brutos em quatro meses, além do 13º salário.
Ana Paula está sendo investigada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil e responde a um processo administrativo disciplinar. Ela foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo e por prevaricação, uma vez que a arma utilizada no crime pertence a ela. A instituição não divulgou detalhes sobre o estado de saúde da delegada.
O gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, foi morto a tiros na manhã de 11 de agosto, enquanto trabalhava na coleta de lixo no bairro Vista Alegre, na Região Oeste de Belo Horizonte. O autor do disparo foi Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, que se irritou ao encontrar o caminhão de lixo parado na rua e exigiu passagem com seu carro elétrico. Após ameaçar a motorista do caminhão, Renê desceu do veículo e disparou contra os garis, atingindo Laudemir. Ele foi preso horas depois em uma academia e, inicialmente, negou o crime, mas dias depois confessou o assassinato em depoimento à Polícia Civil.
Renê foi indiciado e deve responder por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. Se condenado, a pena pode chegar a 35 anos de prisão. A arma utilizada no crime pertence à delegada Ana Paula Lamego Balbino, que, segundo a polícia, sabia que o marido usava seu armamento.
Fonte: g1
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