Demanda por repelente dobra e fabricantes têm que inovar para conseguir abastecer mercado

Por Dentro De Tudo:

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O Brasil já registrou mais de 1 milhão de casos prováveis de dengue em 2024, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (29). Em meio ao auge da doença no país, os fabricantes de repelente viram a demanda pelo produto dobrar. Para conseguir abastecer as farmácias do país, as indústrias adotam estratégias inovadoras para ampliar a produção.

De acordo com o diretor comercial Adibe Marques, da Cimed, fabricante do repelente Xô Inseto, a indústria fabricava 500 mil unidades por mês antes da epidemia de dengue. Agora, a produção já chega a 1 milhão de unidades mensais.

“Para garantir o abastecimento constante nas farmácias, mantemos um estoque folgado em nosso depósito, neste ano aumentamos a compra de matéria-prima em 67%. Atualmente, temos três linhas de produção atuando em turnos de 7×7 para suprir o aumento da demanda”, explica.

A empresa também afirma que teve que fazer uma reestruturação interna para atender a demanda. “Foi necessária tanto uma reestruturação da programação de produção, dedicando linhas exclusivas para produção do Xô, bem como de toda a cadeia de suprimentos”, afirmou o diretor comercial.

Um dos desafios para manter os estoques do produto em dia é a matéria-prima. No caso da Cimed, um dos componentes do repelente vem por da China e o transporte é feito por navio. O insumo demora cerca de 120 dias para chegar ao Brasil. 

“Temos insumos importados, o que por si só já traz uma dificuldade para conseguirmos uma quantidade extra de fornecimento, e que se agrava quando tratamos de um grande volume físico (mais de 30 toneladas), o qual só pode ser transportados por navio, inviabilizando o modal aéreo”, finaliza.

“Desde o planejamento comercial para o verão de 2023/2024, já haviam estudos que apontavam os impactos que o fenômeno do El Niño causaria neste ano, como aumento do calor e chuvas, e, consequentemente, uma maior incidência de casos de dengue já era esperada. Por isso, já havia sido desenvolvida uma estratégia adequada”, informou Ana Beatriz Guerra, diretora de Marketing da categoria de Pesticidas à Itatiaia.

Para que as farmácias não ficassem desabastecidas, a empresa afirma que reforçou a comunicação com os estabelecimentos para que eles comprassem um estoque acima da média “para garantir disponibilidade de todos os produtos à população”. 

A Reckitt também diz que precisou fazer alterações na linha de produção para ampliar a fabricação dos repelentes. A empresa afirma que otimizou a capacidade de produção em sua unidade industrial e implementou medidas emergenciais de aquisição de matérias-primas. “A prioridade é garantir a presença em loja e reabastecimento rápido”, garante a diretora de marketing.

Fonte: Itatiaia.

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