O uso excessivo das redes sociais e da internet tem gerado discussões sobre os impactos no nosso cotidiano e no desenvolvimento cerebral. De acordo com o psicólogo e neuropsicólogo Matheus Beato, as redes sociais criam uma simulação de conexão social que, apesar de fornecer informações do mundo real, não reproduz a experiência real. Esse consumo de conteúdos digitais pode afetar a neuroplasticidade do cérebro e a psicomotricidade, que precisam da ação concreta e das experiências do mundo real para se desenvolver adequadamente.
Beato alerta para o fato de que, ao escolhermos as simulações que mais nos agradam nas redes, buscamos o prazer imediato, mas isso nos deixa despreparados para lidar com emoções reais e desconfortáveis. Esse fenômeno pode contribuir para a dependência digital, dificultando nossa capacidade de enfrentar aspectos mais desafiadores da vida cotidiana, como frustrações e tristezas.
As consequências desse uso desenfreado não estão restritas apenas ao campo emocional. No trabalho, muitas empresas proíbem o uso de celulares para evitar distrações e melhorar a produtividade. A limitação do uso de dispositivos móveis tem mostrado benefícios, como aumento da concentração e foco, o que favorece a memória e o desempenho no trabalho.
Na educação, a presença excessiva de telas também tem impactado negativamente o desempenho escolar, a socialização e as habilidades cognitivas das crianças. A Lei 15.100/2025, que restringe o uso de celulares nas escolas, visa reverter esse quadro, ajudando os alunos a se concentrarem mais e a fortalecerem suas relações interpessoais.
Além disso, a psicopedagoga Roneida Gontijo recomenda que os pais estabeleçam limites para o uso de dispositivos em casa, estimulando interações reais, como brincadeiras e conversas, para um desenvolvimento emocional e social saudável.
Por fim, o advogado trabalhista Ítalo Moreira Reis esclarece que, no ambiente de trabalho, os empregadores podem proibir o uso de celulares, desde que isso não seja abusivo. Por exemplo, durante o intervalo de almoço, o empregado tem o direito de usar seu celular, mas a proibição de seu uso fora desse período pode ser justificada pela necessidade de manter o foco nas atividades da empresa.
Em resumo, a desconexão do mundo virtual e o incentivo à interação real são passos importantes para promover o equilíbrio entre o digital e o físico, essenciais para o bem-estar mental e o desenvolvimento saudável.