Detentos do presídio Ribeirão das Neves II (Inspetor José Martinho Drumond), da Região Metropolitana de Belo Horizonte, atearam fogo em colchões na tarde desta quinta-feira (4).
Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (Samu), havia 20 detentos na cela. Doze tiveram que ser resgatados. Os bombeiros confirmaram que seis deles tiveram queimaduras de segundo e terceiro graus. Pelo menos cinco tiveram que ser entubados.
O motim teria sido uma reação à insalubridade e à superlotação. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) não informou quantos detentos há no presídio. Mas segundo o diretor de comunicação do Sindicato de Policiais Penais de Minas Gerais, Magros Soares, a cela tem capacidade para oito presos e tinha mais que o dobro.
“A informação que a gente tem é a situação de superlotação é grave. Uma cela que cabe de oito a 10 presos estava abrigando 20”, disse ele.
Ainda segundo Magros, nenhum policial ficou ferido.
De acordo com relatório de inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na unidade em outubro, há 2.270 presos no local. A capacidade é para 1.047.
Em nota, a Sejusp disse que um detento foi responsável por iniciar o incêndio. Segundo a pasta, havia 18 presos na cela. Doze deles foram encaminhados para hospitais de Belo Horizonte e de Ribeirão das Neves para atendimento por inalação de fumaça ou queimaduras.
“Entre os que sofreram queimaduras, cinco foram transportados de forma aérea, pois os casos são mais graves. Os seis custodiados restantes foram atendidos pela equipe médica da própria unidade prisional”, disse a Sejusp.
A direção do presídio vai instaurar procedimento interno de investigação para apurar o fato.