Comum em receitas milenares, o trigo está presente em uma série de alimentos e tem um dia para chamar de seu, 10 de novembro é o Dia do Trigo. Durante o distanciamento social diversas pessoas se aventuraram na cozinha, e produções de pães e tortas se tornaram um passatempo em muitos lares. Esse fato é comprovado pelos dados da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (ABIMAPI), que apontam que o aumento no consumo alavancou em 15% a demanda por trigo no Brasil durante a pandemia.
Apontado como um dos vilões das dietas nutricionais, a nutricionista e coordenadora do curso de nutrição, Renata Leão, explica que o consumo do trigo é importante. “Ele é um alimento do grupo dos cereais, assim como o milho, a aveia, a cevada e o centeio. Por serem cereais, são ricos principalmente em carboidratos, cujo consumo deve estar entre 45 e 65% da energia necessária para um dia e esse valor vai variar de indivíduo para indivíduo. Em relação ao consumo de carboidratos, destacando o trigo como uma fonte importante, é ideal dar preferência para os carboidratos complexos, que são aqueles ricos em fibras. Então, uma opção mais saudável seria o consumo de produtos contendo o trigo integral, pois o fato do grão de cereal ser integral, faz com que seja rico em fibras, promovendo maior saciedade o que reduz a quantidade consumida”.
O trigo é um cereal muito utilizado na fabricação de produtos como pães, bolos, biscoitos e massas. Além de oferecer benefícios para a saúde. “Ele é uma ótima fonte de carboidratos, que são nutrientes responsáveis por nos dar energia e contribuir para a manutenção de uma vida saudável. Outro ponto positivo do trigo é que no Brasil, desde 2002, toda farinha de trigo é fortificada com ferro e ácido fólico, prevenindo doenças como anemia e má formação fetal”, explica Renata Leão.
Apesar dos pontos positivos no consumo do alimento, a nutricionista alerta que em alguns casos é preciso atenção. “Existe restrição no consumo de trigo para indivíduos alérgicos e portadores de doença celíaca. Essas pessoas não conseguem digerir adequadamente o glúten, uma proteína contida no trigo e em cereais como cevada, aveia e centeio. É importante ressaltar que o glúten não produz nenhum efeito colateral para a população não portadora da doença. Sendo a sua restrição para emagrecimento não indicada, por não fazer sentido em termos de dados científicos. No entanto, para portadores de doença celíaca, pode levar a uma série de manifestações como diarreia, redução do crescimento infantil e reações alérgicas”.
O trigo pode ser encontrado em diferentes formas: gérmen, fibra e farinha. A profissional da saúde elenca as diferenças entre elas. “Os grãos dos cereais são divididos de forma simplificada em gérmen, farelo e endosperma. O gérmen é a parte mais rica em vitaminas e minerais, tanto que é muito utilizado em cremes dermatológicos. O farelo é composto pela casca dos grãos, sendo muito rico em fibras, o que pode ser muito útil para dietas de perda de peso, tratamento de diabetes e dislipidemias. O endosperma, por sua vez, é de onde se extrai a farinha, muito rica em carboidratos e útil na culinária na fabricação de massas, biscoitos, bolos e pães”, conclui Renata Leão.