Dia Mundial da Obesidade: Brasil pode ter 119 milhões de adultos acima do peso até 2030

Por Dentro De Tudo:

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Nesta terça-feira (4), Dia Mundial da Obesidade, uma data dedicada à conscientização sobre os riscos da doença, as perspectivas para o futuro são preocupantes. De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade, o número de brasileiros com mais de 18 anos que vivem com obesidade deve crescer significativamente e alcançar 119 milhões até 2030, um aumento expressivo em comparação com os 79 milhões registrados em 2015.

A obesidade é um dos principais fatores de risco para doenças não transmissíveis, como câncer, derrame, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Estima-se que cerca de 4 milhões de mortes anuais em todo o mundo sejam atribuídas à condição. Atualmente, mais de 1 bilhão de pessoas enfrentam a obesidade globalmente, um número que pode superar 1,5 bilhão nos próximos cinco anos, caso não sejam implementadas medidas eficazes de prevenção.

No Brasil, 68% dos adultos têm um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, o que é considerado sobrepeso quando o valor está acima de 25 kg/m² e obesidade quando ultrapassa 30 kg/m². O número de homens com IMC elevado aumentou de 32,6 milhões em 2010 para 38,5 milhões em 2015, e pode chegar a 55,8 milhões até 2030. Entre as mulheres, o número subiu de 34,4 milhões para 41,4 milhões no mesmo período, com estimativas de que atinja 63,3 milhões em cinco anos.

Especialistas alertam que a obesidade está matando mais pessoas anualmente do que os acidentes de trânsito. Simon Barquera, presidente da Federação Mundial da Obesidade, ressalta a falta de políticas públicas adequadas para reduzir as fatalidades causadas pela obesidade, contrastando com os esforços para reduzir mortes no trânsito.

A obesidade não é apenas uma questão individual, mas reflete falhas em sistemas de saúde, alimentares e ambientais. Para combater a crise, ações coordenadas em nível mundial são essenciais. A Federação Mundial da Obesidade propõe algumas soluções, como:

• Impostos sobre bebidas adoçadas e alimentos ricos em gorduras, açúcar e sal.

• Subsídios para alimentos mais saudáveis.

• Restrições à publicidade de alimentos voltada para crianças.

• Incentivos à prática de atividades físicas.

No entanto, a análise revelou que dois terços dos países (126 de 194) ainda não possuem políticas efetivas para combater o aumento da obesidade. No Brasil, embora o país esteja entre os 17 com mais políticas na área, ainda há uma grande porcentagem de adultos (40% a 50%) que não praticam atividade física suficiente, além do elevado consumo de bebidas adoçadas, que varia entre 1 e 2,5 litros por semana por pessoa.

Crédito da foto: Pexels

Fonte: Folhapress

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