‘Divórcio silencioso’: quando a relação termina muito antes do fim

Por Dentro De Tudo:

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O termo “divórcio silencioso”, que viralizou recentemente, dá nome a um fenômeno comum em relacionamentos duradouros: o afastamento progressivo entre parceiros, muitas vezes imperceptível até que a distância emocional se torna grande demais para ser revertida. Pesquisas mostram que, ao contrário das separações marcadas por conflitos intensos, muitos vínculos se desfazem de forma lenta, quando pequenos pedidos de atenção deixam de ser atendidos e o engajamento cotidiano diminui.

Estudos do psicólogo John Gottman revelam que o desgaste costuma começar com sinais leves, como falta de resposta a comentários ou gestos simples de conexão. Esse movimento gradual antecede, em muitos casos, a fase de conflitos mais evidentes. Outro fator decisivo é o tédio: pesquisas indicam que, quando a rotina perde estímulo, diminui também a proximidade emocional, o que reduz a satisfação e pode acelerar o afastamento.

O sucesso do termo hoje se explica pelo contexto contemporâneo. Expectativas altas sobre relações, alimentadas por redes sociais e por modelos de casamento baseados em realização pessoal, acabam fazendo com que a queda natural da paixão seja vista como falha. Estudos também apontam diferenças de percepção: mulheres tendem a identificar antes o distanciamento e buscar diálogo, enquanto homens frequentemente evitam conversas emocionais.

Pesquisadores afirmam que o “divórcio silencioso” pode ser revertido quando há esforço consciente para restabelecer a conexão, seja respondendo a pequenos gestos, expressando apreço ou introduzindo novidades na rotina. Mas também reconhecem que, em alguns casos, o afastamento revela que a relação já não atende às necessidades de ambos — e seguir caminhos diferentes pode ser a decisão mais saudável.

Crédito da matéria: g1 — Texto adaptado de reportagem de Emily Impett

Crédito das imagens: Getty Images / Reprodução g1

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