Dr. Joao Pedro – Foto Jonas Lavarini.
Entenda o que é necessário e quais as regras para ser uma doadora no Brasil
A Fertilização in Vitro (FIV) com óvulos doados ou ovodoação tem se tornado um dos tratamentos mais procurados nas clínicas de reprodução assistida, devido ao fato de as mulheres estarem adiando a maternidade. Para ter acesso a essa técnica, as pacientes devem recorrer a um banco de óvulos, formado por doadoras voluntárias e anônimas que, antes de doarem seus gametas, precisam passar por todo um processo rigoroso que inclui avaliação médica, ultrassom, realização de exames complementares e o próprio tratamento em si.
Em que casos a ovodoação é indicada?
Em casos de diminuição da reserva ovular, em grande parte por conta da idade avançada, além de falência ovariana prematura, ou em decorrência da realização de tratamentos oncológicos, que levam à mesma realidade. Casais homoafetivos do sexo masculino e homens solteiros também podem se beneficiar da doação de óvulos.
“Antes de tudo, gosto de ressaltar que as doadoras de óvulos praticam um grande ato de solidariedade e amor ao próximo”, afirma Dr. João Pedro Junqueira Caetano, ginecologista e especialista em reprodução assistida da Huntington Pró-Criar.
O especialista ressalta que neste tipo de tratamento, o importante é a idade do óvulo e não a idade do útero que vai recebê-lo. “Como a doadora tem até 35 anos, ela ‘repassará’ a qualidade desses óvulos para a receptora. As chances de sucesso nos tratamentos de FIV com doação de óvulos variam de 55 a 60% de gravidez”, enfatiza o especialista da Pró-Criar.
Dr. João Pedro também explica que, no Brasil, a doação de óvulos tem caráter anônimo e não pode ser comercializada, respeitando-se as exigências do Conselho Federal de Medicina (CFM). Dessa forma, sigilo e anonimato são fundamentais nos tratamentos que envolvem a doação em geral (óvulos ou sêmen), exceto na doação de gametas entre parentes de até 4º grau de um dos receptores (1º grau = pais/filhos; 2º grau = avós/irmãos; 3º grau = tios/sobrinhos; 4º grau = primos), conforme estabelecido pela resolução 2.320 de 2022 do CFM.
Como se tornar uma doadora
A candidata a doadora tem que ter entre 18 e 35 anos e, além de um exame clínico e laboratorial rigoroso (que inclui inclusive o exame de cariótipo), deve preencher um questionário detalhado com características pessoais e médicas, com informações sobre antecedentes e características familiares.
Após ter passado por essa avaliação, e estando apta a entrar no programa, o tratamento é então programado, conforme as datas de menstruação. Para indução da ovulação, serão utilizadas medicações hormonais injetáveis subcutâneas por 10-14 dias, com acompanhamento de ultrassons seriados até ser agendada a coleta de óvulos. A mesma é realizada em centro cirúrgico dentro da própria clínica, por via vaginal, sob sedação.
As receptoras terão acesso aos questionários, que contém detalhes físicos como peso, estatura, cor de olhos, cabelo e pele, para que se sintam mais confortáveis e seguras na seleção de uma doadora o mais parecido com elas possível. “Além disso, contamos com um programa de computador chamado FenoMatch que compara os pontos principais do rosto da receptora e da doadora, para que essa seleção seja ainda mais fidedigna”, finaliza Dr. João Pedro.
Sobre a Huntington Pró-Criar
A Huntington Pró-Criar atua há 26 anos como especialista em reprodução assistida em Belo Horizonte. A clínica, que desde 2018 passou a integrar o Grupo Huntington de Medicina Reprodutiva, tem como objetivo primordial aliar procedimentos técnicos a um atendimento de excelência, primando pelo acolhimento aos seus pacientes. Fundada em fevereiro de 1999 pelo Dr. João Pedro Junqueira Caetano, especialista em Reprodução Assistida pela AMB/FEBRASGO, a Huntington Pró-Criar é formada por uma equipe multidisciplinar de ginecologistas, urologistas, embriologistas, psicólogos e enfermeiras.