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“Doença do pombo” deixa homem com comprometimento neurológico

Por Dentro De Tudo:

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Amor em tempos de luta: casal celebra casamento enquanto enfrenta infecção fúngica rara

Recife – Uma rara e grave infecção fúngica não foi suficiente para interromper os sonhos de Aguinaelma Figueiroa, de 47 anos, e Samuel dos Santos, de 45 anos. O caminhoneiro, diagnosticado com neurocriptococose, conhecida como “doença do pombo”, passou dois meses internado em hospitais no Recife (PE). Mesmo em meio a uma batalha pela vida, o casal encontrou forças para celebrar sua união, realizando o casamento no Hospital Pelópidas Silveira, onde Samuel estava internado.

A descoberta da doença

Samuel foi internado em setembro após apresentar sintomas como dor no peito, febre, fortes dores de cabeça e confusão mental. Após diversas consultas e diagnósticos inconclusivos em unidades de saúde, uma biópsia do líquido da medula espinhal confirmou a neurocriptococose. A infecção é causada pelo fungo Cryptococcus, presente em fezes de pombos, e frequentemente afeta pessoas com sistema imunológico comprometido.

“Quando descobriram a doença, ele já não andava, não falava e tinha dores terríveis. A situação era desesperadora”, lembra Guida, como a comerciante gosta de ser chamada.

Um casamento no hospital

O período de internação trouxe desafios, mas também renovou os laços do casal. Juntos há cinco anos, Guida e Samuel decidiram que era hora de oficializar a relação. A equipe do hospital se mobilizou para organizar a cerimônia, a primeira realizada no local desde sua inauguração, em 2011.

“Mesmo com críticas de pessoas dizendo que não fazia sentido casar com alguém que poderia morrer, eu sabia que ele era o homem da minha vida. O hospital transformou nosso sonho em realidade”, conta Guida emocionada.

Superação e sequelas

Samuel recebeu alta no dia 14 de novembro, após mais de 70 dias internado. Apesar da recuperação, o caminhoneiro enfrenta sequelas temporárias, como declínio cognitivo, perda de peso e trombose na perna, que comprometeram parte de sua mobilidade.

O neurologista Fernando Travassos, responsável pelo caso, explica que, com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes se recupera totalmente. “Embora a doença possa ser fatal, quando tratada a tempo, as sequelas tendem a desaparecer com o tempo. No entanto, o acompanhamento médico é essencial”, afirma.

Um futuro de esperança

Agora, o casal busca reconstruir a vida após a difícil jornada. Samuel, que afirma ter tido contato com fezes de pombos em galpões durante viagens de trabalho, alerta sobre os perigos da doença. “A gente precisa cuidar para evitar essas situações. Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer comigo.”

Guida, por sua vez, celebra o amor e a superação. “Essa doença quase tirou o Samuel de mim, mas também nos mostrou o quanto somos fortes juntos. Agora, é seguir em frente, sempre um ao lado do outro.”

O caso de Samuel é um lembrete da importância de prevenir o contato com fezes de pombos e buscar tratamento rápido ao surgirem sintomas persistentes, como dores de cabeça e febre. Mais do que uma história de luta contra a doença, o casal é exemplo de resiliência e amor em tempos de adversidade.

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