Doenças autoimunes aumentam o risco de transtornos mentais

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As doenças autoimunes — como lúpus, esclerose múltipla e artrite reumatoide — não afetam apenas o corpo: elas também têm forte impacto sobre a saúde mental. De acordo com um estudo recente publicado na revista BMJ Mental Health, viver com uma dessas condições pode dobrar o risco de desenvolver transtornos como ansiedade, depressão e transtorno bipolar.

O levantamento analisou dados de 1,5 milhão de pessoas participantes do projeto Our Future Health, do Reino Unido, que tem como objetivo reunir informações clínicas e laboratoriais de 5 milhões de voluntários. Entre os pesquisados, a idade média era de 53 anos e 57% eram mulheres.

Segundo os dados, 29% dos pacientes com doenças autoimunes apresentavam algum tipo de transtorno mental, em comparação a 18% entre os demais participantes. O estudo reforça uma correlação importante entre a inflamação sistêmica causada por essas doenças e o aumento da vulnerabilidade psíquica.

Mulheres são as mais afetadas

As mulheres representam cerca de 80% dos casos de doenças autoimunes e, consequentemente, também são mais afetadas por distúrbios mentais associados. Ainda assim, especialistas alertam que o estado emocional desses pacientes é frequentemente negligenciado durante as consultas médicas, o que agrava o sofrimento e dificulta o tratamento integral.

Inflamação crônica e saúde mental

Um dos fatores apontados como responsável pela relação entre doenças autoimunes e saúde mental é o estado inflamatório crônico presente nessas enfermidades. A inflamação contínua no organismo pode afetar o sistema nervoso central e favorecer alterações no humor, no comportamento e na cognição.

As doenças analisadas no estudo foram:

  • Artrite reumatoide
  • Doença de Graves (distúrbio da tireoide)
  • Lúpus eritematoso sistêmico
  • Esclerose múltipla
  • Psoríase
  • Doença inflamatória intestinal (Crohn e retocolite ulcerativa)

Conclusão

O estudo reforça a importância de uma abordagem integrada e multidisciplinar para os pacientes com doenças autoimunes, que inclua cuidados físicos e apoio psicológico. Além disso, traz um alerta para profissionais de saúde sobre a necessidade de estar atentos aos sinais de sofrimento mental nesses pacientes — especialmente entre as mulheres.

A pesquisa ainda destaca uma tendência preocupante: o aumento da procura por atendimento psicológico entre os jovens, indicando que o impacto emocional das doenças inflamatórias pode começar mais cedo do que se imaginava.

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