Pesquisadores da UFMG alertam: as doenças hepáticas são responsáveis por 3% das mortes no Brasil entre 1996 e 2022, segundo dados do DATASUS — ou seja, uma em cada quatro mortes tem origem em problemas no fígado. A partir desse dado alarmante, um grupo da universidade lança um estudo inédito focado no câncer de fígado, com projeções para as próximas décadas caso medidas preventivas não sejam tomadas.
As doenças mais letais incluem câncer de fígado, cirrose, hepatites virais e doença hepática alcoólica, variando conforme a região. O Nordeste lidera nos casos fatais por álcool; o Norte e Sul, pelo câncer.
A pesquisa destaca desigualdades no acesso a diagnóstico e tratamento, e estima um gasto anual de R$ 300 milhões com internações e transplantes. “O fígado é silencioso e se regenera, o que retarda o diagnóstico. Quando os sintomas aparecem, muitas vezes a doença já está avançada”, explica a professora Maria de Fátima Leite, da UFMG.
A prevenção, segundo os especialistas, passa por alimentação saudável, atividade física, redução do consumo de álcool e investimentos em diagnóstico precoce e descentralização dos serviços de saúde. O estudo propõe traçar um panorama de longo prazo, município por município, e aponta que sem ações efetivas, a situação tende a piorar.
Imagem: Evan Lorne/Shutterstock | Fonte: O Tempo