A Polícia Civil indiciou por lesão corporal culposa e homicídio culposo o dono e o padeiro de uma padaria no bairro Serrano, Região da Pampulha, em Belo Horizonte, após a venda de uma torta de frango contaminada que intoxicou três pessoas. Entre as vítimas estava uma idosa de 78 anos, que morreu depois de ser hospitalizada. O caso aconteceu em abril deste ano e envolveu uma família de Sete Lagoas.
A investigação descartou a hipótese de envenenamento, mas apontou falhas de manipulação e armazenamento do alimento, considerado impróprio para consumo. A padaria funcionava sem alvará sanitário e não estava registrada no sistema municipal.
As vítimas foram Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, José Vitor Carrillo Reis, de 24, e Cleuza Maria de Jesus, de 78, avó de Fernanda. O casal, morador de Sete Lagoas, ficou internado por quase três meses e só recebeu alta em julho. Já Cleuza passou mal logo após consumir a torta, foi internada em estado grave e morreu dias depois.
Segundo o advogado do padeiro, ele havia começado no emprego há apenas cinco dias, trabalhava de forma informal e não tinha responsabilidade sobre a estrutura da padaria. O estabelecimento também não mantinha registros básicos do funcionário, que recebia pagamento em dinheiro.
A torta foi comprada na noite de 21 de abril. Logo após o consumo, a família percebeu um gosto azedo e devolveu o produto. Na madrugada seguinte, Fernanda e José Vitor foram internados em estado grave em Sete Lagoas. Cleuza também passou mal e morreu pouco mais de um mês depois.
No início, os médicos levantaram a suspeita de botulismo, mas exames feitos pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, descartaram a presença da toxina. Também foi cogitada intoxicação por produtos químicos, mas os testes não confirmaram essa hipótese.
O padeiro chegou a se apresentar espontaneamente à Polícia Civil, negou qualquer crime e foi liberado. Agora, ele e o dono do estabelecimento vão responder judicialmente pelo caso.
Foto: Reprodução/TV Globo
Fonte: g1 Minas
