Embora seja uma das queixas mais comuns nos consultórios, a dor de cabeça pode, em alguns casos, indicar problemas neurológicos graves, como o surgimento de tumores cerebrais. O alerta é do Dr. Felippe Saad, coordenador de neurocirurgia do Hospital Albert Sabin (HAS), que reforça a importância do diagnóstico precoce para garantir um tratamento eficaz e evitar complicações.
Segundo o médico, o cérebro é uma estrutura delicada e com pouco espaço para expansão. “Mesmo lesões benignas, ao crescerem, podem pressionar regiões sensíveis e causar sintomas como dor persistente, perda de visão e desequilíbrio”, explica Saad.
Um dos exemplos citados é o adenoma de hipófise, um tumor benigno que se forma na glândula responsável por controlar outras funções hormonais do corpo. Localizada próxima aos nervos ópticos, a hipófise pode, quando afetada, provocar dor de cabeça contínua e perda progressiva da visão.
O diagnóstico do adenoma é feito por ressonância magnética e exames hormonais, e o tratamento pode envolver uma cirurgia endoscópica transnasal, procedimento minimamente invasivo que permite retirar o tumor pelo nariz, sem cortes externos. “Com a endoscopia, conseguimos visualizar a região da hipófise com precisão e remover o tumor com menor trauma e recuperação mais rápida”, explica o neurocirurgião.
Entre os sinais de alerta que exigem atenção médica estão:
– dor de cabeça que persiste por vários dias e não melhora com analgésicos;
– crises acompanhadas de náuseas, vômitos ou alterações visuais;
– dor súbita e muito intensa;
– episódios associados a fraqueza, dificuldades na fala ou perda de equilíbrio.
O especialista reforça que, embora a maioria das dores de cabeça não esteja relacionada a tumores, é fundamental não ignorar sintomas persistentes. “Dor frequente não deve ser tratada como algo normal. Identificar a causa cedo é o que faz a diferença no tratamento”, conclui Saad.
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📰 Fonte: O Tempo – Edicase / Por Renata Sbrissa, 28 de outubro de 2025



















