É possível identificar uma bebida contaminada com metanol? Médico explica

Por Dentro De Tudo:

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Com a confirmação de novos casos de intoxicação por metanol em São Paulo, cresce a preocupação de consumidores sobre a possibilidade de identificar previamente bebidas adulteradas. Relatos de vítimas mostram que muitas não desconfiaram da contaminação antes da ingestão, mesmo em situações que envolviam drinks servidos em bares renomados ou garrafas aparentemente lacradas.

De acordo com Adebal Andrade, coordenador de Toxicologia do Hospital João XXIII, diferenciar o metanol do etanol pelos sentidos humanos é praticamente impossível. “Os álcoois tóxicos, não só o metanol, têm características físicas muito semelhantes ao etanol. Existe uma sutileza no sabor, que pode parecer mais adocicado, mas é improvável que o consumidor perceba, sobretudo porque geralmente a bebida está misturada a outros ingredientes”, explicou.

A principal recomendação, segundo Andrade, é optar por marcas conhecidas e estabelecimentos de confiança, embora nem sempre isso seja garantia de segurança. O médico lembra que algumas das vítimas em São Paulo relataram ter consumido bebidas de marcas conceituadas e em bares tradicionais. Ele também aponta que drinks industrializados, como enlatados, tendem a ser mais seguros devido ao controle de qualidade, mas ressalta que o risco nunca é totalmente descartado, citando como exemplo o caso da cervejaria Backer.

Já o toxicologista Alvaro Pulchinelli, diretor técnico da Toxicologia Pardini do Grupo Fleury, reforça que o perigo do metanol independe do tipo de bebida em que ele esteja presente. “Não faz diferença se for fermentada ou destilada. O metanol é sempre venenoso”, alerta.

Em caso de suspeita de intoxicação, o consumidor deve procurar imediatamente orientação médica. Em Minas Gerais, é possível entrar em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-MG) pelos telefones (31) 3239-9308 e 0800 722-6001.

📸 Foto: Myron Muza

📄 Fonte: O Tempo

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