O rombo de bilionário das Americanas trouxe insegurança ao mercado e desconfiança de clientes que têm o hábito de compras na gigante do varejo. E mesmo em meio ao caos financeiro na empresa, as vendas seguem ocorrendo normalmente tanto nas lojas físicas, quanto no aplicativo e site e os direitos dos consumidores continuam assegurados, segundo especialistas.
De acordo com o advogado da área de relacionamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Lucas Marcon, todos os compromissos que foram assumidos pela empresa devem ser devidamente cumpridos. Ele lembra que no caso das compras feitas no aplicativo da Americanas, a empresa é responsável direta, mesmo quando a venda é feita por uma outra companhia que revende os produtos nas plataformas da Americanas.
“Existe uma determinação legal que responsabiliza toda a cadeia produtiva. O consumidor pode acionar a Americanas pela venda no site, até mesmo pelo fato da proximidade maior da empresa com o cliente, tanto quem fabricou o produto de fato”, explicou o advogado em caso de algum problema com compras feitas no site ou aplicativo da empresa.
O representante do Idec ainda informou que não é possível, no momento, avaliar se há risco aos consumidores em continuar comprando na empresa, seja nas lojas físicas ou no virtual. “É difícil avaliar porque não temos acesso às questões mais internas da empresa. Mas os comunicados emitidos até então indicam que todos os produtos comprados serão entregues, conforme já ocorria antes da descoberta desse rombo. Mas é sempre importante o consumidor ficar com o pé atrás, porque há uma garantia no curto prazo, mas não se sabe quais serão as possibilidades a médio e longo prazo”, recomendou Lucas Marcon.
Ainda conforme o especialista, os consumidores que eventualmente registrarem problemas em compras com as Americanas devem priorizar, inicialmente, a negociação com a empresa, pelos canais de atendimento, para solucionar as discordâncias. Uma alternativa é utilizar a plataforma consumidor.gov.br, da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), em que é possível registrar uma reclamação e manter contato direto com a companhia.
Caso não se encontre uma solução por este caminho, as queixas devem ser direcionadas via Procon. “E aí, não conseguindo um retorno no Procon, não tem solução a não ser ingressar na Justiça. Mas via de regra em casos de não entrega de produtos, por exemplo, as soluções são possíveis no primeiro contato com a empresa”, alertou Lucas Marcon, do Idec.
Fonte: O Tempo. Foto: Reprodução/americanas.