O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) enviou um pedido oficial ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que seja autorizado a exercer seu mandato diretamente dos Estados Unidos. Ele está no país desde fevereiro, quando deixou o Brasil alegando ser alvo de perseguição política e jurídica.
Eduardo solicitou em março uma licença de quatro meses para tratar de assuntos pessoais, mas o prazo se encerrou em julho e, desde então, ele acumula faltas nas sessões. No documento encaminhado à Mesa da Câmara, o parlamentar defende que já existem precedentes para o trabalho remoto, lembrando da pandemia, e afirma que sua permanência fora do Brasil é “forçada” diante do risco de ter o passaporte apreendido. Ele garante que não renunciará ao cargo.
Em suas redes sociais, o deputado argumentou que vive sob um “regime de exceção” e destacou que, mesmo nos Estados Unidos, tem representado o Brasil em encontros com autoridades estrangeiras, prática que chamou de “diplomacia parlamentar”. Segundo ele, o risco atual de perseguição política seria ainda maior do que o risco de contaminação enfrentado durante a pandemia de 2020 e 2021.
Nos Estados Unidos, Eduardo tem mantido contato com representantes do governo americano e chegou a ser apontado como um dos articuladores da decisão de Donald Trump de sobretaxar produtos brasileiros. A Polícia Federal o indiciou, junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentar influenciar investigações por meio dessa pressão internacional.
O caso acontece em paralelo ao inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura a tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Relatórios da PF concluíram que Jair e Eduardo, junto com aliados como o jornalista Paulo Figueiredo e o pastor Silas Malafaia, atuaram para pressionar autoridades brasileiras nesse contexto.
📸 Foto: Reinaldo Campos / AGIF via AFP
📰 Fonte: Rádio Itatiaia (Pedro Nascimento)
