O IPCA-15, prévia da inflação oficial, subiu 0,55% em Belo Horizonte em novembro, resultado inferior à média nacional do país (0,62%). No acumulado em 12 meses, entretanto, o IPCA-15 da capital mineira acumula uma alta de 6,1%, bem acima da inflação do país no mesmo período (4,8%).
O principal motivo que ajuda a explicar a diferença entre os dados da capital mineira e os da média nacional é o grupo de transportes. “O preço da gasolina, por exemplo, acumula uma alta de 13,7% em 12 meses, mais que os 8,6% da média do país”, afirma Heliezer Jacob, economista do C6 Bank
Entre as capitais pesquisadas pelo IBGE, segundo Jacob, Belo Horizonte teve a maior inflação da gasolina acumulada em 12 meses. Em seguida, aparecem Recife (11,7%) e Goiânia (11,5%).
A alimentação no domicílio, com destaque para os preços das carnes, também vem puxando o IPCA-15 de BH para cima. “As carnes acumulam, em 12 meses, uma alta de 16,7% em Belo Horizonte. Essa também é a maior inflação desse item para o período, entre as capitais pesquisadas pelo IBGE”, diz Jacob.
Os preços das carnes têm sido impactados pelas exportações elevadas, por uma disponibilidade menor de animais disponíveis para abate, além de fatores climáticos.
Cenário nacional
No cenário nacional, chama a atenção do time de economia do C6 Bank a piora da inflação de serviços subjacentes, pressionada pelo mercado de trabalho aquecido. Em 12 meses, a alta acumulada na inflação de serviços subjacentes evoluiu de 5,10% em outubro para 5,30% em novembro, mostrando que esse item continua sendo um fator de preocupação.
Para o C6 Bank, tanto a inflação de serviços quanto os preços das carnes continuarão puxando o IPCA para cima nos próximos meses. “Por ora, nossa projeção é que o IPCA feche o ano em 4,7%. Para 2025, prevemos que a inflação fique em 5%”, diz Jacob.