O serviço de atendimento Ligue 180, fundamental na estratégia de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, registrou um aumento significativo nas denúncias em Minas Gerais durante 2024. Até o mês de julho, foram recebidas 8.417 denúncias no estado, representando um aumento de 32,66% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em todo o país, o número de denúncias chegou a 84,3 mil, um crescimento de 33,5% em relação a 2023.
A maior parte das denúncias em Minas Gerais foi realizada pelas próprias vítimas (5.085), enquanto 3.324 denúncias foram feitas por terceiros. O ambiente doméstico continua sendo o principal local onde ocorrem os atos de violência, com 3.893 casos registrados nesse contexto no estado.
Mulheres entre 40 e 44 anos são as mais frequentemente vitimadas, com 1.456 denúncias. Mulheres negras (pretas ou pardas) representam a maioria das vítimas, com 4.868 registros. Os principais agressores são esposos, companheiros ou ex-companheiros, responsáveis por 2.950 atos violentos.
Em agosto, o Ministério das Mulheres lançou a campanha “Feminicídio Zero — Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”, para intensificar a conscientização e o enfrentamento da violência de gênero. A campanha coincide com o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha e integra as ações do “Agosto Lilás”, mês dedicado à luta contra a violência feminina.
O Governo Federal também anunciou a reestruturação do Ligue 180, que passou a atuar de forma independente da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. A ligação para o serviço é gratuita e o atendimento está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana. Além disso, o Ligue 180 agora oferece um canal de atendimento via WhatsApp, aumentando o acesso das vítimas a orientações e suporte.
O Sudeste, que inclui Minas Gerais, registrou o maior número de ligações ao Ligue 180, com 121,2 mil chamadas até julho de 2024, resultando em 44,1 mil denúncias. Em todo o Brasil, o serviço continua sendo uma ferramenta essencial para orientar mulheres sobre seus direitos e encaminhar denúncias aos órgãos competentes, contribuindo para a proteção e segurança das vítimas.
Esses dados reforçam a importância de manter e ampliar os esforços para combater a violência contra a mulher, garantindo que o Ligue 180 continue a ser um recurso acessível e eficaz para todas as mulheres brasileiras.
