Endometriose: como alimentação e estilo de vida podem auxiliar no controle dos sintomas

Por Dentro De Tudo:

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A endometriose afeta aproximadamente 8 milhões de mulheres no Brasil, conforme estimativas da Associação Brasileira de Endometriose, estando entre as principais causas de dor pélvica crônica e infertilidade feminina. Em alguns casos, a doença pode ser silenciosa, com duas em cada dez mulheres apresentando sintomas, embora sua fertilidade possa estar comprometida.

Embora seja uma condição ginecológica, os impactos da endometriose vão além do sistema reprodutor. Pesquisas indicam que o cuidado com a saúde intestinal, imunológica e metabólica pode ser essencial no manejo dos sintomas. A endometriose é uma doença inflamatória crônica que se caracteriza pelo crescimento de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. Esses focos podem afetar estruturas como ovários, trompas, intestino e bexiga, respondendo às variações hormonais do ciclo menstrual e levando a sintomas como dor intensa, inchaço abdominal, alterações intestinais e, em alguns casos, dificuldade para engravidar.

Estudos têm investigado a relação entre padrões alimentares e a inflamação crônica associada à endometriose. Embora não exista uma dieta única aplicável a todos os casos, alguns hábitos alimentares têm mostrado potencial para aliviar sintomas em determinados perfis de pacientes. Dietas que incluem menor consumo de alimentos ultraprocessados, açúcares refinados e gorduras saturadas estão geralmente associadas a uma redução na inflamação. Por outro lado, alimentos como vegetais, frutas, peixes, sementes e azeite de oliva extravirgem são ricos em compostos antioxidantes e anti-inflamatórios e podem beneficiar a saúde em geral.

Entre os alimentos que podem ser incorporados com orientação profissional estão peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, frutas vermelhas, vegetais verde-escuros, gengibre, cúrcuma, sementes como chia e linhaça, além do azeite de oliva extra virgem. É fundamental ressaltar que qualquer recomendação alimentar deve ser individualizada e acompanhada por profissionais de saúde.

O intestino desempenha papéis cruciais na imunidade e na regulação hormonal. Mulheres com endometriose podem apresentar sintomas como distensão abdominal, constipação e desconforto gastrointestinal. Em algumas situações, pode ocorrer disbiose, que é um desequilíbrio na microbiota intestinal, contribuindo para a inflamação e interferindo na metabolização do estrogênio. Manter o equilíbrio da flora intestinal por meio do consumo de fibras, prebióticos e probióticos, sob orientação nutricional, pode ajudar no bem-estar e no suporte às funções corporais.

Além da alimentação, o estilo de vida também é importante no manejo dos sintomas da endometriose. Hábitos recomendados em contextos clínicos incluem a prática de um sono de qualidade, que contribui para a regulação do cortisol e pode diminuir a inflamação, atividades físicas leves a moderadas, como caminhadas, ioga ou pilates, que melhoram a circulação pélvica, e a redução do estresse por meio de meditação, terapia ou técnicas de respiração, que têm um efeito positivo sobre o equilíbrio hormonal.

A endometriose exige uma abordagem multidisciplinar. Medicamentos e procedimentos cirúrgicos podem ser necessários em algumas situações, mas o cuidado com a alimentação e o estilo de vida é cada vez mais valorizado por profissionais da área. Ajustes na dieta, atenção à saúde intestinal e hábitos saudáveis podem auxiliar na redução do desconforto e na melhoria da qualidade de vida. Cada mulher vive uma experiência única com a endometriose, e é fundamental contar com orientação profissional qualificada para encontrar o melhor caminho.

Para mais informações sobre orientações nutricionais voltadas à saúde da mulher, acesse o site cristinevolkmann.com.br ou o perfil no Instagram @cristinevolkmann.

Cristine Volkmann/CRN 4150
Fonte: G1

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