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Entenda o significado das celebrações, dia a dia, da Paixão de Jesus Cristo

Por Dentro De Tudo:

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São oito dias de celebrações diversas, com missas solenes, adorações, procissões, ritos que remetem aos tempos coloniais, cânticos em latim e muitas celebrações em Belo Horizonte e nas cidades do interior mineiro. Do Domingo de Ramos ao Domingo da Ressurreição (Páscoa), moradores e visitantes participam das solenidades nas igrejas, capelas, basílicas, catedrais e ao ar livre. “Muitas não são do tríduo pascal, mas da devoção popular desde os tempos coloniais: são as paraliturgias”, diz o padre Marcelo Carlos da Silva, pároco e reitor do Santuário Arquidiocesano Santíssima Eucaristia, em BH.

Mas o que significa cada dia da Semana Santa, um período móvel no calendário da Igreja Católica que ocorre no fim da quaresma? Entre uma cidade e outra, há diferença na programação das procissões devido a tradições seculares, e também a existência de costumes muito próprios dos locais. No quadro abaixo, são apresentados os significados de alguns cortejos e ritos.

1)Domingo de Ramos – No primeiro dia da Semana Santa, os fiéis participaram da procissão que lembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Ele vem montado num burrinho e as pessoas, nas ruas, acenam com ramos para o filho de Davi. Esse momento marca o período conhecido como Paixão de Cristo, com a posterior crucificação e ressurreição. “Há um paradoxo, uma ambivalência. Ao mesmo tempo em que uma multidão acolhe Jesus triunfante em Jerusalém, a mesma multidão vai endossar o coro do ‘Crucifica-o’ e ‘Solte Barrabás e “Prendam Jesus’, o que nos mostra nossas contradições”, afirma padre Marcelo Carlos da Silva.

2)Procissão do Depósito – Ocorre geralmente na segunda-feira. Trata-se da prisão de Jesus, daí ele ficar dentro do baldaquino, um cortinado fechado. É também chamada de Procissão de Nosso Senhor dos Passos. No interior, o  cortejo vai parando nos “passos” ou pequenos oratórios representando a via-sacra de Jesus. Depósito significa que Cristo vai ser “depositado” ou “deixado”, para depois haver o encontro.

3)Procissão de Nossa Senhora das Dores ou Soledade – A imagem de Nossa Senhora, vestida de roxo e com a espada cravada no peito, simbolizando a dor extrema, sai à procura do filho martirizado. Percorre as ruas das cidades ao som dos motetos (cânticos em latim). O cortejo sai na terça-feira.

 

 

4)Procissão do Encontro – O encontro entre Nossa Senhora das Dores e o filho, Jesus, ocorre geralmente na quarta-feira, após duas procissões. A imagem de Jesus, cujo andor é adornado apenas por homens, sai do templo para onde foi na noite de segunda-feira, enquanto a de Nossa Senhora das Dores, em andor arrumado por mulheres, parte da capela ou igreja aonde chegou no dia anterior. Depois do encontro, num ponto central da cidade, os dois grupos seguem em direção à igreja matriz ou santuário. “Assim, o povo vai preparando o desfecho da Paixão e Morte de Cristo”, diz o padre.

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5)Lava-pés – Realizado na quinta-feira, é a instituição da eucaristia, que marca dois momentos: só se pode celebrar a Missa da Unidade e não outras, e, nela, serão abençoados os santos óleos. Relembra, também, a última ceia de Jesus com os 12 apóstolos. Num gesto de humildade, o Messias lavou os pés dos discípulos.  Neste dia, começa o tríduo pascal, que vai até o domingo.  

6)Procissão do Enterro de Jesus – Na sexta-feira da Paixão ou Santa, não há missas nem toque de sino, apenas o som das matracas rompendo o silêncio. Neste dia, há o Sermão das Sete Palavras, a cerimônia do Descendimento da Cruz, com a retirada de Jesus da cruz, e a Procissão do Enterro. “Não há missa neste dia nem confissão, pois a fonte de todos os sacramentos é Cristo, e a fonte está morta. Há muito silêncio”, orienta o pároco.

7)Sábado Santo – Na véspera da ressurreição, as igrejas promovem a Bênção do Fogo Novo, a chama (mãe de todas as luzes que vai acender o Círio Pascal, a mãe de todas as luzes, e a Vigília Pascal (depois da 17h de sábado).  

8)Domingo da Ressurreição, a Páscoa – Considerado o dia mais importante do calendário católico, o Domingo da Ressurreição tem a procissão festiva da Páscoa com o padre carregando o Santíssimo, símbolo do Cristo Ressuscitado. Para saudar a ressurreição, é tradição a ornamentação das ruas, por onde passa o cortejo, com tapetes artesanais. “Neste dia, Jesus venceu a morte, e com Ele nós venceremos as mortes do cotidiano”, conclui o reitor e pároco do santuário.

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