Embasado pela neurociência, a metodologia foi adotada pela Secretaria de Educação de Vespasiano no início de 2022. Já o programa foi desenvolvido pelo Centro de Estudos Youcubed, da Universidade de Stanford, e implantado no Brasil pelo Instituto Sidarta. No município da Grande BH, a ação é uma realização do Itaú Social em parceria com a prefeitura.
A presidente do Sidarta, Ya Jen Chang, destaca o aprendizado prático do programa como forma de preparação das docentes. “O DoMM foi pensado justamente em aliar essa teoria e colocar isso em prática com o feedback da comunidade de aprendizagem. A sala de aula é um ambiente muito solitário, então esse modelo é mais rico pois ajuda a professora a progredir e estar melhor preparada”.
O programa ocorreu durante cinco dias, dividido em duas etapas diárias. Na parte da manhã, as professoras tinham aulas com as formadoras do Sidarte. À tarde, alunos do 5º ano participavam de oficinas com os docentes para praticar o conteúdo aprendido.
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A professora Adenilde Barbosa, que leciona para alunos do 1º ao 5º ano na Escola Municipal Senhor do Bomfim, falou sobre o aprendizado constante e a valorização do erro.
Matemática Visual
Uma das atividades propostas no programa foi a “Conversa com Pontos”. Nela, os alunos observam um quadro por cinco segundos e devem contabilizar a quantidade de pontos desenhados. A regra geral é que não se pode contar um a um.
Para João Pedro Cruz, de 9 anos, estudante da Escola Municipal Elza Maria Drummond Toledo, as atividades facilitaram o aprendizado da matemática. “Dá para aprender mais fácil coisas difíceis, isso é legal. É uma forma mais prática”.
Roberta Gledsa, mãe do estudante, conta que o filho, por ser pessoa com deficiência (PCD), julgava-se incapaz na matemática. O projeto, contudo, abriu uma visão nova para o ensino. “No final ele inclusive me contou o desejo de que o programa se tornasse a sala de aula. Esse medo dele foi quebrado durante as aulas nessa semana”, completou.
Capacitação
Em evento junto ao Instituto Sidarta e ao Itaú Social, a prefeita de Vespasiano, Ilce Rocha (PSDB), exaltou o momento de aprendizagem dos professores. “Esse momento de capacitar é muito importante. Abraçar cada oportunidade de crescimento é fundamental, principalmente na educação, que muda, transforma e leva um novo momento às crianças e jovens”.
Já a Secretária de Educação, Laís de Castro Brant, observou os impactos que o Mentalidades Matemáticas tem causado nas salas de aula, onde a tolerância com o erro tem transformado a prática.
“Os professores querem colocar o que aprenderam no plano de aula, fazendo atividades mais dinâmicas, levando crianças para fora de sala e ambientes mais interativos, com o aluno sendo mais protagonista da aula. O aluno perde o medo de errar, porque ele entende que isso faz parte do percurso. É uma transformação muito grande na rotina das crianças”.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Rafael Arruda
(foto: André Seite/Itaú Social/Divulgação)