A vacinação contra a Covid-19 na RMBH tem avançado, mas ainda de forma lenta. Mesmo com falta de doses para todos, tem gente já contemplada deixando de se vacinar porque, na data ou no posto de saúde, não tem o imunizante desejado.
Atualmente, quatro marcas de vacinas contra o coronavírus têm liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão sendo aplicadas no Brasil. São elas: Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen. Mas a disponibilidade de diferentes imunizantes não significa que as pessoas podem escolher qual tomar.
Segundo a coordenadora-geral de imunização de Sabará, Daiane Leite, no momento da vacinação, a vacina disponível é informada ao usuário, e é com ela que ele deve ser ser imunizado.
“Às vezes, a pessoa desiste e vai embora. E isso vem acontecendo com uma frequência razoável, bem considerável, muitas pessoas voltam quando não têm a vacina que elas querem tomar. A gente sempre orienta que vacina boa é a que está disponível, a que está no braço e que, enquanto elas escolhem o laboratório, o vírus pode escolhê-las”, disse Daiane.
Em Betim, a situação se repete. De acordo com o técnico de enfermagem Pedro Luís de Alcântara, a escolha por vacina tem acontecido desde o início da campanha de imunização.
“Tem ocorrido com uma certa frequência. Todos os dias na nossa unidade a gente recebe imunizantes diferentes. Lembrando que todas as vacinas que estão sendo usadas na prefeitura de Betim já foram testadas, e é comprovada a eficácia de ambas, então não existe esse poder de escolha”, afirmou.
Alcântara reforça que é preciso se vacinar com a dose disponível no momento.
“A gente usa a vacina, o lote que foi enviado para aquele dia. Então, o usuário vem, e ele tem que ser vacinado com a vacina que está sendo utilizada naquele momento, não tem como ele escolher. Tem gente que vem e pergunta qual vacina está sendo utilizada e deixa de tomar porque não é aquela que ele esperava que fosse”.
Para os especialistas, deixar de se vacinar na data correta para esperar outro tipo de vacina chegar é um risco. O imunologista Jorge Andrade Pinto alerta que quem escolhe acaba atrasando a vacinação das outras pessoas.
“A não ser que haja alguma contraindicação médica específica, as pessoas não devem fazer escolhas entre uma vacina e outra. Ao fazer essas escolhas ou restringir uma vacina, é importante saber que você está atrasando a vacinação da população. E, só com a imunização em larga escala e a permanência do uso de máscaras, limpeza das mãos e distanciamento social, a gente vai ser capaz de superar essa pandemia”, concluiu.