O tempo de espera para cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS) continua a atingir níveis alarmantes, com o prazo médio alcançando 52 dias em 2024, o segundo maior da série histórica, apenas um dia a menos do que o recorde de 2023. Este cenário reflete uma das principais dificuldades enfrentadas pelos pacientes na rede pública de saúde, onde a espera por tratamentos essenciais tem aumentado desde o fim da pandemia de Covid-19.
O aumento no tempo de espera é um reflexo do represamento de procedimentos causados pela suspensão das cirurgias eletivas durante a emergência sanitária. A prioridade dada ao atendimento de pacientes com Covid-19 fez com que muitos procedimentos programados fossem adiados, resultando em filas que persistem até hoje. Isso inclui intervenções simples, como cauterizações, até procedimentos mais complexos, como cirurgias oncológicas, que em alguns estados chegam a ter uma espera superior a seis meses.
Especialistas afirmam que o alto tempo de espera não pode ser atribuído apenas à pandemia, apontando que a estrutura do SUS já enfrentava dificuldades antes de 2020. A falta de médicos, especialmente em áreas especializadas, e a carência de infraestrutura adequada para a realização de cirurgias são considerados problemas estruturais persistentes. A falta de recursos humanos e a defasagem salarial em comparação ao setor privado também contribuem para o aumento das filas.
O Ministério da Saúde, por meio de novas ações do governo, promete combater as longas esperas. O novo ministro da pasta assumiu o compromisso de reduzir o tempo de espera para cirurgias e consultas especializadas, visando melhorar o atendimento para a população. No entanto, muitos acreditam que é necessária uma ação mais profunda, com investimentos em profissionais qualificados e melhorias nas condições de infraestrutura das unidades de saúde.
Foto: Divulgação/Agência Brasil
Fonte: O Globo