A violência no Brasil está fora de controle. O que ocorre no Rio de Janeiro, de gente morrendo por bala perdida em plena Avenida Brasil, ocorre de norte a sul, leste a oeste, em maior ou menor intensidade. Como o Rio é a “cidade maravilhosa”, vitrine do país, o que acontece lá é mais noticiado e vai para o mundo inteiro.
Moro em Belo Horizonte há quase 40 anos e nunca tive problemas, até abril deste ano, quando estouraram um vidro traseiro do meu carro e levaram mochila com notebook e acessórios. E essa violência está em todo lugar, em todos os segmentos. Como não há a devida repressão e punição, a coisa se alastra. Estamos muito mal.
Há tempos eu não me abalava com cenas de violência no Brasil, mas hoje foi pesado demais e a sensação continua a pior possível. Principalmente por envolver a minha profissão e o futebol, que teoricamente, é pra entretenimento, lazer, diversão.
Os vídeos que chegaram ns primeiras horas da manhã deste domingo de eleições municipais são da mais pura barbárie, coisa de cinema, de filmes de guerra ou documentários sobre carnificinas que entraram para a história.
A emboscada de marginais que usam a imagem do Palmeiras, contra similares que usam a imagem do Cruzeiro gerou cenas que não podem ser esquecidas, principalmente pelas autoridades dos três poderes do país. Extrapola o futebol, nada a ver com o futebol. Crime bárbaro praticado numa das rodovias mais movimentadas do Brasil, no estado mais rico. Um morto e 19 hospitalizados.
O espancamento ao qual os de azul foram submetidos me fizeram lembrar o que alguns líderes políticos mundiais passaram, tipo Muamar Kadafi na Líbia e Mohammad Najibullah no Afeganistão.
Essas cenas estão rodando em whatsapp e em alguns sites e redes sociais que postam qualquer coisa que gere milhares de cliques.
Governo Federal, governos estaduais e o judiciário têm obrigação de entrar de sola neste assunto, que é nacional. Nessa madrugada foi numa rodovia em São Paulo, vingança do que ocorreu perto de Carmópolis (a 122 Km de Belo Horizonte), em 2022.
Daqui alguns dias haverá vingança em algum outro lugar, levando risco a quem não tem nada a ver com essa guerra imbecil.
É gente que usa o futebol para atingir seus propósitos que envolvem o que há de pior para um ser humano normal, independentemente das cores do clube que usam. Preto, branco, vermelho, amarelo, azul, verde, não importa. São criminosos e precisam ser tratados como tal, com o maior rigor que a lei pode prever.
O Brasil que adora copiar tanta coisa ruim do primeiro mundo, que se inspire numa coisa boa e recorra à experiência da Inglaterra, mais precisamente da época da “Dama de ferro”, Margaret Thatcher (1975/1990), que deu um murro na mesa e criou condições para que o parlamento criasse uma dura legislação para acabar com essa bandidagem.
De vez em quando alguém da imprensa usa o chato e surrado jargão: “até quando”? Simples: enquanto você morar no Brasil, porque quem deveria agir, não age, e isso envolve os três poderes, em todas as instâncias, nos municípios, estados e união. Isso é Brasil!
O post Estamos mal, com tendência a piorar: emboscada que matou um é apenas um item da violência fora de controle no Brasil apareceu primeiro em BHAZ.